Igrejas queimadas em terra mapuche: bispo condena violências


Santiago do Chile (RV) – “São fatos profundamente dolorosos que comoveram a todos os habitantes de La Araucanía, incluido o povo mapuche”.  Foi o que afirmou o Arcebispo da Diocese chilena de Temuco, Dom Héctor Vargas, ao comentar ao jornal “El Demócrata”, as mais de cinco igrejas queimadas em terras mapuches nas últimas semanas. “Deve-se dar respostas às demandas do povo mapuche”, afirmou.

Ataques não atingem somente a Igreja, mas as populações

Para o prelado, as pessoas que executam este tipo de ataque, pertencem a grupos violentos, que não respeitam a institucionalidade tradicional, incluindo a do próprio povo mapuche. “Em La Araucanía – observa – existe uma rejeição à violência: desde o governo, empresarios, instituições. “Os templos queimados estão localizados em comunidades mapuche, inclusive foram construídos por eles próprios. Seus integrantes, como por exemplo os ‘loncos’, são os primeiros animadores das comunidades: realizam o catecismo, são missionários, sacerdotes. As pessoas estão muito pesarosas e atemorizadas. Esses ataques não atingem somente a Igreja, mas sim as próprias comunidades que ali participam”, explica.

Povo mapuche tem respeito pela vida

O bispo esclarece que quem executou os ataques, não os representa nem em espírito, cultura, nem em valores, porque “o povo mapuche é profundamente religioso”. Ele recorda também, que um dos elementos mais importantes da cosmovisão dos mapuches é o respeito pela vida e o bem viver, a convivência pacífica. “Tudo o que aconteceu não representa a sua identidade”, afirma o prelado.

Solidariedade

O bispado está em contado permanente com o governo regional. Ademais, recebeu a solidariedade de diversas agremiações e de simples individuos, que até mesmo se ofereceram para reconstruir as capelas destruídas.

Diálogo, solução para o conflito

O Bispo da Diocese de Temuco tem confiança de que o diálogo permitirá encontrar uma solução ao conflito em La Araucanía, principalmente través de uma mesa redonda da qual participam diversos setores, o que permite levantar propostas que nasçam do mundo político.

Um mundo onde a violência é legitimada

Para Dom Vargas, este satos de violencia servem para “sacudir” uma sociedade que perdeu a espiritualidade, a fraternidade, a capacidade de reconciliação e de dar o melhor de si. “Nos convertemos em uma sociedade muito agressiva e desprezamos e deixamos de lado, muitas vezes por razões ideológicas, valores fundamentais baseados na cultura cristã”, observou o líder religioso em Temuco. (JE/Aj)








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