2016-04-11 16:04:00

Semana do Papa de 4 a 10 de abril


Nesta “Semana do Papa” especial destaque para a publicação da Exortação Apostólica pós-Sinodal do Papa Francisco sobre a família: “Amoris laetitia” – “A Alegria do Amor”

“Amoris laetitia”, amor, acompanhamento e discernimento

Foi na sexta-feira, dia 8 de abril, que foi publicado e apresentado ao público o texto no qual Francisco recolhe os resultados de dois Sínodos dos Bispos sobre a família ocorridos em 2014 e 2015, citando anteriores documentos papais e contributos de conferências episcopais e de várias personalidades.

Na apresentação aos jornalistas estiveram o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, o Arcebispo de Viena o Cardeal Christoph Schönborn e ainda o casal Miano, Francesco e Giuseppina.

Em particular, o Cardeal Schönborn destacou desta Exortação Apostólica sobre a família três palavras: amor, acompanhamento e discernimento:

“A palavra-chave é amor: Amoris Laetitia.  É significativo que o Papa não fale da  caridade, mas do amor.  Toda a plenitude dos sentimentos, das atitudes no casal e na família,  de facto toda esta riqueza  encontra-se no centro. Eu diria que  este documento é, antes de mais,  um grande hino  ao amor familiar e no centro do texto, geograficamente no centro,  mas também espiritualmente  no centro encontra-se o IV capítulo. Sei que todos vão ler  o VIII capítulo onde  são tratadas as questões difíceis, controversas, mas o IV capítulo  é, verdadeiramente,  o coração do texto, porque é uma longa  meditação sobre o Hino de S. Paulo.”

“A outra palavra-chave do documento é “acompanhamento”:  o acompanhamento que fazem os pais com os seus filhos, que fazem os pastores com os fiéis, que faz o Papa com a Igreja. Acompanhamento  numa estrada em que estão todos. E eu, que venho de  uma  família muito ferida, de uma dita “patchwork family”,  sofri, quando jovem,  desta quase separação que se faz muitas vezes na Igreja:  aqui estão aqueles  “em ordem”, que se comportam bem, e aqui estão os outros que são irregulares: os bons, aqueles em regra, e os outros que são um problema. O Papa Francisco,  na linha de Jesus, da Bíblia e do Novo Testamento,  mostra-nos que todos nós estamos em caminho.”

“E ainda terceira e última palavra-chave é o discernimento. O discernimento é aquilo que cada um de nós deve fazer:  o que Deus quer de mim na vida quotidiana, nas grandes escolhas  da vida, etc. Discernimento  também nas situações difíceis. E aqui há um ponto que se deve fortemente sublinhar: isto está em continuidade  com S. João Paulo II,  porque este documento baseia-se, em grande parte, na “Familiaris Consortio”. S. João Paulo II dizia: os pastores,  por amor da verdade, são obrigados a discernir as situações.”

Jesus é a misericórdia, não temamos as nossas misérias

Quarta-feira, 6 de abril – na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco após ter refletido nas últimas semanas sobre a misericórdia de Deus no Antigo Testamento, iniciou nesta quarta-feira um ciclo de catequeses sobre o cumprimento da misericórdia de Deus em Jesus Cristo.

“Jesus é a misericórdia de Deus feita carne; uma misericórdia, que Ele exprimiu, realizou e comunicou em todos os momentos da sua vida terrena” – afirmou Francisco declarando que o “Evangelho é verdadeiramente o Evangelho da misericórdia, porque Jesus é a Misericórdia”.

E é na Cruz que Jesus apresenta à misericórdia do Pai o pecado do mundo, todos os nossos pecados. Por isso, “não devemos temer as nossas misérias: a potência do amor do Crucificado que não conhece obstáculos e não acaba nunca” – afirmou o Papa Francisco no final da sua catequese.

Não só dar esmola mas encontrar o necessitado

Sábado, 9 de abril – audiência jubilar na Praça de S. Pedro: em mais uma das audiências mensais dedicadas ao Jubileu da Misericórdia o Papa Francisco falou sobre misericórdia e esmola na sua catequese.

O Santo Padre começou por recordar que esmola deriva do termo grego que significa, precisamente, misericórdia. E, como a misericórdia chega até nós por “mil estradas, também de inúmeros modos a nossa esmola pode beneficiar o necessitado” – afirmou.

Nesta categoria de necessitado, a Bíblia inclui os indigentes, os forasteiros, os órfãos e as viúvas. A esmola é um gesto de sincera solicitude por quem se aproxima de nós e nos pede ajuda – observou o Santo Padre – esta ajuda não deve ser prestada com alarde para sermos louvados pelos outros, mas no segredo onde só Deus vê e compreende o valor do ato realizado.

Na verdade – continuou o Papa – “não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar e fixar, olhos nos olhos, a pessoa que pede ajuda”. Assim não devemos identificar a esmola com a oferta duma moedinha, dada à pressa para nos livrarmos de um pedinte, mas olhar a pessoa e deter-se a falar com ela, para se entender verdadeiramente o que ela necessita – assinalou Francisco.

A esmola deve levar consigo toda a riqueza da misericórdia. Lêem-se, no livro bíblico do Deuteronómio, estas palavras do Senhor que o Papa recordou: “Deves dar-lhe sem que o teu coração fique pesaroso” (15, 10.11). Isto significa que a esmola requer, antes de mais nada, uma atitude de alegria interior, pois, como disse Jesus, “a felicidade está mais em dar do que em receber” – disse o Papa no final da sua catequese tendo recordado uma pequena história em que uma mãe de três filhos pede a cada um deles para partilhar metade da própria refeição com um pobre que lhes bateu à porta. “Eu privo-me de algo que é meu para dar a ti” – disse Francisco.

Libertar sequestrados em zona de conflito armado

Na oração do Regina Coeli deste domingo dia 10 de abril, o Papa Francisco lançou um apelo a favor da libertação de todas as pessoas sequestradas  em zonas de conflito armado e recordou, em particular, o padre salesiano, Tom Uzhunnalil, raptado em Aden, no Yemen, no passado dia 4 de Março.

E com o Regina Coeli deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 4 a 10 de abril. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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