Macedônia usa gás lacrimogêneo contra refugiados na fronteira


Genebra (RV) – A agência de refugiados da ONU condenou segunda-feira (11/04) o uso de gás lacrimogêneo pela polícia da Macedônia contra refugiados na fronteira com a Grécia. Para o ACNUR, tal ação prejudica a imagem da Europa.

Dezenas de imigrantes e refugiados ficaram feridos no domingo (10/04) quando a polícia da Macedônia atirou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra uma multidão no lado grego da fronteira. Os incidentes começaram de manhã. Alguns migrantes que exigiam a abertura da barreira tentaram forçar o alambrado. Eles jogaram pedras contra os policiais macedônios, que responderam com gás lacrimogêneo. De acordo com a agência France Presse, ao menos 260 migrantes ficaram feridos no incidente de domingo.

A ação foi definida pela Grécia como "perigosa e deplorável".

"Pessoas se machucam e propriedades são danificadas. Danos são feitos para a percepção de refugiados e para a imagem da Europa. Todos perdem", disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, em comunicado.

Cerca de 11 mil imigrantes e refugiados estão acampados em Idomeni, na fronteira grega, desde fevereiro, que fecha a rota para a o leste e o centro da Europa. Eles estão dormindo a céu aberto e em condições precárias.

A fronteira permanece fechada desde o início de março, quando os países da chamada rota dos Bálcãs, pelos quais passavam os migrantes a caminho da Alemanha ou do norte da Europa, decidiram fechar suas portas.

O governo grego tentou convencer os migrantes de Idomeni a seguir para os centros de abrigo da região, mas não obteve o resultado esperado. Muitos preferiram permanecer em Idomeni, à espera da Macedônia eventualmente abrir a fronteira.

Segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras, 40 pessoas foram atingidas por tiros de borracha e assistidas. Pelo menos 10 pessoas foram agredidas pela polícia com cassetetes. “As pessoas devem ser tratadas com dignidade e não com violência”, diz Jose Hulsenbek, chefe da missão de MSF na Grécia. Em Indomeni, somente na clínica da ONG, dentro do campo, cerca de 30 crianças de 5 a 15 anos receberam assistência médica devido aos efeitos dos lacrimogêneos.  

(CM) 








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