Bispos argentinos: pobres pagam por corrupção e impunidade


Buenos Aires (RV) – Combate à pobreza, ao tráfico de drogas, à proliferação do jogo e principalmente, o contraste a duas chagas que já não podem ser subestimadas: a corrupção e a impunidade. Estes são os temas centrais da mensagem dirigida pelos bispos argentinos aos fiéis, na Páscoa. 

“Quando a impunidade e a justificação assumem o lugar do dever moral e do exemplo, o tecido social se enfraquece”, afirma o Arcebispo de Santa Fé de la Vera Cruz e presidente da Conferência Episcopal argentina, Dom José María Arancedo. 

Denúncia

Em mensagem conjunta, também os doze bispos da região Patagonia-Comahue pediram que não se suspenda a “luta contra a corrupção e a desonestidade cultural”. É firme a denúncia dos bispos contra a “ânsia de ter e a sede de poder” que geram exclusão e destroem a paz social, penalizando pobres e indefesos. 

De modo especial, o bispo de Rio Gallegos, Dom Miguel Ángel D’Annibale, destaca que “com a Páscoa, dizemos ‘sim’ à vida e ‘não’ à morte”, e a corrupção é morte, porque destrói os mais pobres. Em relação à escolha preferencial pelos pobres, o bispo ressalta que não se trata de uma questão política. “Insisto que esta é a escolha que Jesus fez e não podemos deixá-la de lado”.

40 anos do Golpe

A preocupação pela justiça social e o andamento transparente da vida democrática foi também tema da mensagem do episcopado por ocasião dos quarenta anos do golpe de Estado que deu início à ditadura militar.

“Uma era que não se deve jamais repetir e nem ser esquecida”. Para os bispos, “foi o período mais sombrio de nossa história, cujas consequências estão ainda presentes, assim como um passado que devemos enfrentar e curar”. 

O retorno à democracia, depois da queda do regime militar em 1983, “marcou o início de um caminho de verdade e de justiça que é urgente prosseguir para se obter a concórdia e a fraternidade social”, acrescentam os bispos argentinos, evidenciando que “o reconhecimento do valor da vida, da dignidade e dos direitos inalienáveis da pessoa constitui a base indispensável de toda convivência humana e de todo povo”. 

(CM)








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