Bispos paraguaios enviam mensagem para Marcha dos camponeses


Assunção (RV) - Solidários com os “camponeses”, os trabalhadores da terra, e com suas reivindicações por uma “vida mais plena e digna”: é o que escreve a Conferência Episcopal do Paraguai (CEP) numa mensagem difundida por ocasião da 22ª Marcha Nacional dos Camponeses, realizada esta quarta e quinta-feira.

No contexto do Jubileu da Misericórdia, escrevem os bispos, “precisamos que a misericórdia abrace a justiça e para isso devem ser promovidas soluções estruturais para a questão dos trabalhadores da terra, graças ao diálogo e ao encontro dos atores políticos, em vista de um desenvolvimento integral e sustentável”.

Agricultura familiar, solução para os problemas sociais

A Conferência Episcopal do Paraguai observa que muitas famílias no campo “vivem situações de grande carência de bens primários” e ressalta que “um processo sustentável será possível quando a agricultura familiar for adotada como solução para os problemas sociais dos camponeses”.

Mas tudo isso “requer tanto um pedaço de terra para poder viver dignamente graças à agricultura, quanto o acesso gratuito e de qualidade à escola e à assistência de saúde”, reiteram os bispos.

Todo camponês tem direito a possuir um pedaço de terra

Em seguida, os bispos do Paraguai recordam o que escreveu o Papa Francisco na Carta encíclica “Laudato si” sobre o cuidado da casa comum (n. 94): O rico e o pobre têm igual dignidade”. Isso tem consequências práticas, como as anunciadas pelos bispos paraguaios:

“Todo camponês tem direito natural a possuir um pedaço razoável de terra, onde possa estabelecer sua moradia, trabalhar pelo sustento de sua família e ter segurança para a própria existência.”

“Tal direito deve ser assegurado a fim de que seu exercício não seja ilusório, mas real. Isso significa que, além do título de propriedade, o camponês deve contar com meios de formação técnica, empréstimos, assegurações e acesso ao mercado.”

Trata-se de uma citação extraída da Carta pastoral da Conferência episcopal, de 1983, intitulada “O camponês do Paraguai e a terra”.

Tutelar a pessoa e a paz social

“Exortamos todos os agricultores, as autoridades e a sociedade em geral a colocar em primeiro lugar a pessoa e a salvaguarda dos princípios da paz social”, evitando atos que possam levar à violência, acrescentam os bispos.

Daí, o convite conclusivo dos prelados às autoridades, a fim de que ouçam “o grito dos camponeses e suas reivindicações e, consequentemente, concretizem aquelas ações estratégicas que contribuem para o bem-estar dos irmãos que vivem no campo”. (Sir / RL)








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