Bispos argentinos: enfrentar os problemas dos cárceres no país


Buenos Aires (RV) - “Mudar a mentalidade e enfrentar, de forma concreta, a situação das pessoas privadas de sua liberdade, sobretudo aquelas que pertencem aos setores sociais mais vulneráveis.”

Segundo a Agência Sir, este é o convite da Conferência Episcopal Argentina no documento da 110ª assembleia plenária, aprovado em novembro passado, mas divulgado nesta terça-feira (15/03).

No texto, intitulado “Estava na prisão e viestes me visitar”, a Igreja na Argentina exorta a desarraigar toda forma de violência institucional e a percorrer os caminhos da reconciliação e amizade social. 

“Estamos convencidos de que numa sociedade onde se multiplicam os crimes, a solução não seja alcançada somente com penas severas e com novos cárceres. Acreditamos que o caminho seja outro: Mais políticas de inclusão social que, na busca do bem comum, ofereçam oportunidades iguais a todos os membros da sociedade em favor de seu desenvolvimento integral”, escrevem os prelados.

A Conferência Episcopal Argentina destaca no documento que “ninguém pelo fato de delinquir perde a sua condição de pessoa, Filho de Deus e membro da família humana. Deve ser, portanto, tratado como tal. Nunca se deve submeter o respeito pela dignidade da pessoa a nenhuma outra finalidade, como por exemplo, a correção ou a reparação do dano. Deve ser reafirmado o valor da justiça, no respeito das garantias do processo regular e do direito à defesa justa, segundo o direito”. 

No texto emerge a denúncia de celas de total isolamento inadmissíveis nos cárceres da Argentina e uma corrupção que não permite aos detentos terem acesso à alimentação, assistência médica, educação, religiosidade, ligações com a família, recreação e arte. 

“E preciso mudar urgentemente”, concluem os bispos, desejando que a sociedade argentina possa construir lações de comunhão e pertença tais que, diante do crime, a resposta não seja somente a prisão e a negligência dos detentos”. (MJ)








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