Os irmãos falcões voam para a nossa alegria


Dubai (RV*) - Amigas e amigos, recebam uma saudação de paz da Península da Arábia. Quem já observou o escudo de armas dos Emirados Árabes Unidos, percebeu que a figura predominante é aquela de um falcão dourado.

Lendo a história dos povos do deserto, temos informações de que os falcões, além de serem uma ave de rapina, eram treinados para trazer pássaros e pequenos animais para a sobrevivência dos beduínos, desde 4.000 anos antes de Cristo. O que era costume no passado, hoje é um esporte aristocrático e um “hobby” na modernidade, a falcoaria.

Por falcoaria entende-se a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para a caça.  Essa arte foi além das regiões desérticas, podendo ser encontrada em países de outros continentes.

Para os povos berberes e árabes, a falcoaria é uma forma de manter a tradição viva, uma ligação com o passado. Por isso, os falcões ocupam um lugar importantíssimo para as famílias. Não podem ser comparados a animais de estimação.  São como um filho para eles.

Alguns deles vivem com seus donos, em apartamentos e mansões das grandes cidades. Durante o inverno, quando o clima é mais ameno são soltos no deserto, em lugares específicos, em áreas sem postes de eletricidade e outros perigos.

Para tratar da saúde e da apresentação, existe um hospital para eles em Abu Dhabi. A instituição criada em 2.007, é referência internacional para o tratamento de falcões. Aparelhos, normalmente, usados para tratar seres humanos, foram adaptados para atender 8.000 aves por ano. Os pacientes alados têm à sua disposição ambulatório, centro oftalmológico, sala de cirurgia, unidade de radiografia digital e aviário, entre outros.

Para evitar que os falcões se machuquem ou corram o risco de  ferir-se atacando seus colegas, chegam ao hospital com uma proteção de couro colocada sobre a cabeça, chamada burca.

Além dos cuidados de saúde, os felizardos falcões contam também com um trato cosmético. Unhas e garras são cortadas e lixadas e as plumas recebem um cuidado especial. Com boa saúde e elegantes, as aves são levadas para o deserto para a caça. Ao chegar a noite, seus donos se reúnem ao redor da fogueira para comentar  o desempenho de suas aves.

Toda a criação concorre para nossa felicidade. Os falcões também fazem nossa alegria.

*Missionário Olmes Milani CS. Das Arábias para a Rádio Vaticano.                                    








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