A Comissão para a Doutrina da Fé e a colegialidade


Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço dedicado a melhor conhecer as diferentes Comissões Episcopais Pastorais que compõe a CNBB, vamos continuar a tratar na edição de hoje, da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé.

No programa passado, tivemos a oportunidade de conhecer os objetivos do trabalho da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé e como este é articulado. No programa de hoje, o Presidente da Comissão, o Bispo de Santo André (SP), Dom Pedro Carlos Cipollini, nos fala sobre os conteúdos analisados pela Comissão:

"A Comissão analisa muitos casos, assim por exemplo, algum artigo que dá algum problema, alguma outra coisa. Nós não temos uma avalanche de casos assim. Às vezes pode-se imaginar que tem uma avalanche, mas não temos. Mas tem sempre casos pontuais, nos quais se dá um parecer. Mas nós não temos casos como na época em que a Teologia da Libertação era muito forte no Brasil, a Comissão teve que trabalhar a todo vapor, por causa da demanda das solicitações que eram muito grandes. Hoje o clima é outro, então o trabalho da Comissão também é outros".

Como os casos chegam à Comissão

"O material geralmente chega endereçado à Presidência da Conferência. A Presidência recebe as solicitações e encaminha para a Comissão. Diretamente para a Comissão vem pouca coisa, mas o mais é enviado à Presidência. Solicita-se da CNBB um parecer, um exame, uma palavra sobre um tema e também a Comissão Episcopal tem um assessor que mora em Brasília, lá na sede, é importante dizer isto! Este assessor é Doutor em Teologia, é o Monsenhor Antônio Luis Catelan, que faz parte da Comissão Internacional de Teologia, e ele mora lá justamente para receber solicitações, examinar e dar um parecer, antes que o Presidente da Comissão, que sou eu, e os outros bispos, examinem. Então quando as questões chegam para nós, já tem um parecer do assessor da Comissão Episcopal Pastoral que mora em Brasília, justamente lá na sede da CNBB, para trabalhar e articular os trabalhos desta Comissão. Então isto ajuda muito, porque não vem direto para mim ou para os outros bispos. Nós trabalhamos em sintonia com este assessor que mora lá na sede da CNBB e tranbalha junto com a Presidência. Inclusive o último Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, foi Dom Sérgio da Rocha, que hoje é o Presidente da Conferência Nacional e que é o Arcebispo de Brasília".

Após analisados, os materiais retornam à Presidência da CNBB, visto que o trabalho desenvolvido é um serviço prestado ao Episcopado do país. A ação das Comissões Episcopais, neste sentido,  é baseada  na colegialidade, na participação e na colaboração, como nos explica Dom Cipollini:

"Nós não agimos independentes da Presidência. Porque nós não temos esta idéia de que cada Comissão é independente. A Conferência tem muito a peito não interferir indevidamente nas Dioceses. Não se sobrepor, não ser assim algo como um organismo que se coloca acima das Dioceses, com um poder jurídico de interferência, não! A Conferência é um organismo querido pelos bispos, mas não tem um poder jurídico de interferir nas dioceses e nem as Comissões podem agir, e graças a Deus neste ponto a Conferência Episcopal Brasileira, eu acho que é exemplar. Os organismos da Conferência não agem à revelia sozinhos, sem a harmonia com a Presidência e mesmo a Comissão para a Doutrina não faz isto. De forma, que eu mesmo, como Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, não quero e nem acho conveniente agir à revelia da Presidência, temos que agir em conjunto. Porque a tônica das Conferências é sempre a colegialidade e a participação,  a colaboração, a participação, colegialidade. E isto deve começar no interno da própria Conferência e nos trabalhos que ela presta ao Episcopado do país".








All the contents on this site are copyrighted ©.