Pe. Ermes Ronchi: a Igreja se doe e viva para os outros


Ariccia (RV) - Segundo dia de exercícios espirituais para o Papa e a Cúria Romana na Casa do Divino Mestre de Ariccia, nas proximidades de Roma. As perguntas do Evangelho encontram-se no centro das meditações quaresmais, propostas por Pe. Ermes Ronchi, dos Servos de Maria.

As meditações da parte da tarde desta segunda-feira partiram do texto de Mateus: “Vós sois o dal da terra. Mas se o sal perde sabor com o que se há de salgar?”

Desde o mundo antigo o sal era elemento precioso e denso de significados, mas sempre símbolo da conservação daquilo que vale e merece durar, como se dá em relação aos alimentos.

Os discípulos como o sal, afirmou Pe. Ermes Ronchi, preservam aquilo que alimenta a vida na terra, a Palavra de Deus, o Evangelho que, penetrando nas coisas fazem-na durar.

Sal da terra e luz do mundo, diz Jesus no Evangelho. A humildade do sal e da luz é modelo para a Igreja e os discípulos:

“Eis aí a humildade do sal e da luz. Que não atraem a atenção sobre si, não se colocam no centro, mas valorizam aquilo que encontram. Assim a humildade da Igreja, dos discípulos do Senhor, que não devem dirigir a atenção para si, mas para o pão e a casa, para o enorme acampamento dos homens, para a fome destes por vezes tão grande que para eles Deus não pode ter outra forma senão de um pão.”

Como a luz, também nós devemos ter olhares luminosos explicou Pe. Ronchi, que quando se voltam para as pessoas evidenciam tudo aquilo que há de mais bonito no homem, e como o sal, também nós não devemos ter valor senão no encontro:

“Observemos o sal. Enquanto permanece em sua confecção, fechado numa gaveta da cozinha não serve para nada. Sua finalidade é sair e perder-se para melhorar as coisas. Doa-se e desaparece. Igreja que se doa, se dissolve, que acende, que vive para os outros… se me fecho no meu eu, mesmo se sou adornado de todas as virtudes mais bonitas, e não participo da existência dos outros, como o sal e a luz, se não sou sensível e não me abro, posso ser desprovido de pecados, no entanto, vivo numa situação de pecado. Sal e luz não têm a finalidade de perpetuar a si mesmos, mas de difundir-se. Assim é a Igreja: não um fim, mas um meio para tornar a vida das pessoas melhor e mais bonita.

“Somos sal que perdeu o sabor se não somos pessoas resolutas, se não nos libertamos de máscaras e medos. As pessoas querem colher do discípulo de Jesus fragmentos de vida, não fragmentos de pensamento ou de doutrina.

O pregador dos exercícios espirituais ao Papa e à Cúria Romana recordou também a grande confiança de Deus nos homens: “Jesus não diz “esforcem-se para tornar-se luz, para ter sabor”, mas “saibam que já se tornaram” tais. A luz é o “dom natural de quem respirou Deus” e “ter um sabor de vida é o dom de quem habitou o Evangelho”. (RL)








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