Igreja centro-africana: visita do Papa contribui para a paz


Bangui (RV) - O feliz e pacífico êxito das recentes eleições presidenciais na República Centro-Africana se deve muito à visita do Papa Francisco, realizada em novembro passado. 

Esta opinião foi expressa por várias personalidades e organizações, e foi plenamente acolhida pelo Arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga. 

O primeiro-ministro Faustin-Archanhe Touadéra venceu as eleições presidenciais no segundo turno, realizado em 20 de fevereiro.

Novo clima

“Desde a visita do Santo Padre sentimos soprar um vento de mudança, existe uma total inversão de rota”, disse o prelado que é um dos principais protagonistas, junto com expoentes islâmicos e evangélicos, da reconciliação do país africano, palco até poucos meses atrás de uma sangrenta guerra civil entre grupos identificados, muitas vezes arbitrariamente, como muçulmanos e cristãos. 

“O Papa veio como mensageiro da misericórdia e pediu a reconciliação em nossas comunidades. Este apelo em favor da paz e ao perdão foi acolhido pelos combatentes e se concretizou, dando ao novo presidente uma verdadeira oportunidade para a paz”, frisou ainda Nzapalainga.

Líderes religiosos

O Arcebispo de Bangui sublinhou a contribuição importante dos líderes religiosos muçulmanos e protestantes no sucesso da visita do Papa Francisco. “A partir daquele momento, o sino do diálogo e da negociação continuou a soar forte e claro, junto com o sino do compromisso, do consenso e do desenvolvimento. Foi para isso que votamos”, disse o prelado.

Touadéra

Sobre a eleição de Touadéra, Dom o Nzapalainga disse que se trata da pessoa mais indicada para reconciliar e reunificar o povo centro-africano e fazer justiça às vítimas das violências sectárias destes anos. 

Paz ameaçada

Já o Bispo de Bangassou, Dom Juan José Aguirre Muño, falou de esperança e luz no fundo do túnel, e se diz preocupado com as  agressões contínuas no território de sua diocese perpetradas pelas milícias do LRA (Exército de Resistência do Senhor), guerrilha ugandense que age também no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo. (MJ)








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