O compromisso do leigo cristão na vida pública

Cidade do Vaticano (RV) – Prosseguem, na Sala Bologna, no Vaticano, os trabalhos da Pontifícia Comissão para a América Latina, a CAL. Na Assembleia Plenária, que se realiza a cada dois anos, cerca de quinze cardeais e bispos, além de convidados especiais da Comissão, analisam o tema “O compromisso do cristão leigo na vida pública”. Membro da Comissão, o Cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, participa do encontro.

“A Comissão tem 50 anos de atividades. Foi instituída pelo Papa Paulo VI logo após o Concílio. A princípio deveria incentivar e encorajar a vida da Igreja na América Latina e pouco a pouco, marcou a presença do Papa nos organismos como o Celam, as Conferências Episcopais de cada país, mas também com as representações da sociedade civil”.

“Neste ano, a indicação do Papa é que façamos obras de misericórdia, e aos leigos, acolherem a misericórdia. Para os cristãos leigos atuantes na vida pública, e nas muitas esferas da vida social e profissional, na família, na educação, neste Ano, somos convidados a traduzir em práticas de misericórdia aquilo que é a experiência da misericórdia que parte da nossa fé. O Papa Francisco põe muito peso nisso: a misericórdia é a essência de Deus e a essência do Cristianismo. Por isso mesmo, a partir da nossa fé, se estamos realmente em comunhão com o Deus da misericórdia, devemos estender a atitude da misericórdia ao nosso convívio social, na relação com as pessoas. Em última análise, isso vem a significar, justamente, estarmos com o coração aberto, sensível às necessidades do próximo, sobretudo das pessoas que sofrem: os pobres, os doentes, os prisioneiros, as pessoas angustiadas, as pessoas tristes; os enlutados, as pessoas necessitadas de toda forma de ajuda... não fechar o coração, mas mantê-lo aberto e misericordioso. Através de ações concretas, por na prática as obras de misericórdia. Os leigos engajados na vida pública, na medida do possível, devem traduzir isto nas instituições sociais, o que, por certo, só pode fazer bem”. 

(CM)