Bispos costarriquenhos: misericórdia, antídoto contra a violência


San José (RV) - “A misericórdia é o verdadeiro antídoto contra a violência”, é o que afirma a Conferência Episcopal de Costa Rica na mensagem por ocasião de sua 111ª assembleia ordinária. 

No documento intitulado “Misericórdia ou violência” os bispos costarriquenhos partem de um dado específico: em 2015, no país, se contaram 560 homicídios, uma cifra que, segundo eles, significa uma “epidemia”, considerando que “um quarto de tais assassinatos foram associados ao narcotráfico”.

Violência contra menores

“Outros dados graves e dolorosos dizem respeito à violência contra menores”, lê-se na mensagem episcopal. “Em menos de dez anos, de 2006 a 2015, as mortes entre menores praticamente dobraram, tanto que, em 2014, o hospital nacional da infância medicou 2.400 crianças vítimas de agressões, e, em 2015, medicou 3.100”. Além disso, os prelados recordam a violência doméstica e o bullying que “levou muitos estudantes ao suicídio”, junto a outros atos de injustiça que assolam o país, como “a fome, a falta de uma vida digna e assistência médica, a pobreza que afeta mais de um milhão de pessoas e a insegurança social”.

Bem comum

A Conferência Episcopal de Costa Rica se deteve sobre as causas da violência no país e aponta o dedo contra as desigualdades e um modelo de desenvolvimento que não tem como objetivo o ser humano e o bem comum. Os bispos lamentam a programação indevida de alguns meios de comunicação, o testemunho frágil dos autênticos valores humanos nos centros educacionais, a desconfiança nas instituições públicas e os numerosos casos de corrupção. 

Misericórdia

Os prelados recordam que o país possui “um reserva importante de cultura pacífica, profunda e arraigada que requer, porém, uma mudança radical na cultura e no comportamento, com grande compromisso da parte de todos”. 

Neste Ano Santo, os bispos lembram que a “misericórdia é a alma da cultura da paz” e exortam a praticá-la “em todos os âmbitos da sociedade a fim de vencer a violência com a paz e a indiferença com a solidariedade”. “Abramos os nossos olhos para olhar com o coração compassivo para todos os irmãos e irmãs privados de sua dignidade, praticando as obras de misericórdia corporais e espirituais. Semeemos nas casas a paz para que sejam escolas de convivência pacífica”, afirmam os prelados no documento.
 
Educar para a misericórdia

Na parte conclusiva da mensagem, a Conferência Episcopal de Costa Rica lança “um forte apelo a todas as instituições, aos meios de comunicação e às famílias para que eduquem os jovens para a misericórdia a fim de romper as cadeias do ódio e da indiferença que alimentam a cultura da violência. Cabe a nós reconstruir o país como uma sociedade onde brilham a paz e o respeito por toda vida humana”. (MJ)








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