2016-02-29 15:10:00

Semana do Papa de 22 a 29 de fevereiro


Nesta ‘Semana do Papa’ destaque para a audiência geral, a visita a uma comunidade de recuperação de toxicodependentes e o encontro com os empresários italianos.

Dizer não à corrupção

Quarta-feira, 24 de fevereiro; na audiência geral o Papa Francisco continuou as suas catequeses sobre a misericórdia. Desta vez, o Santo Padre desenvolveu o tema misericórdia e poder, partindo do Primeiro Livro dos Reis no seu capítulo 21 que nos narra a história da vinha de Nabot. A este propósito Francisco aconselhou a leitura de um livro de Santo Ambrósio precisamente com o título: Nabot.

“Esta não é uma história de outros tempos! É também uma história de hoje, dos poderosos que para terem mais dinheiro exploram os pobres, exploram as pessoas. É a história do tráfico de pessoas, do trabalho escravo…”

“É a história dos políticos corruptos que querem mais, mais e mais! Por isso dizia que nos fará bem aquele livro de Santo Ambrósio sobre Nabot, porque é um livro de atualidade.”

Onde está a minha alegria: no fazer ou no dizer?

Quinta-feira, 25 de fevereiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco propôs uma pista de reflexão: “Sou um cristão que está no caminho da mentira, apenas do dizer, ou sou um cristão que segue o caminho da vida, ou seja, das obras, do fazer?”

No Evangelho do dia, Jesus conta a parábola do homem rico “que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias” e não percebia que à sua porta havia um pobre, chamado Lázaro, cheio de chagas. Este homem rico, de facto – observou o Papa Francisco – “conhecia os mandamentos, certamente todos os sábados ia à sinagoga e uma vez por ano ao templo”.

“Mas era um homem fechado, fechado no seu pequeno mundo, o mundo dos banquetes, das roupas, da vaidade, dos amigos. Um homem fechado numa bolha de vaidade. Não tinha a capacidade de olhar além, mas somente ao seu próprio mundo. E este homem não percebia o que acontecia fora do seu mundo fechado. Não pensava, por exemplo, nas necessidades de muitas pessoas ou na necessidade de companhia dos doentes, somente pensava nele, nas suas riquezas, na sua vida boa: entregava-se à boa vida” – afirmou o Santo Padre.

Curiosamente o Evangelho não nos diz o nome deste homem – sublinhou o Papa Francisco – não sabemos como se chama. Sabemos apenas que era um homem rico. E à sua porta estava Lázaro, uma pessoa com nome. Era o Senhor que estava à sua porta – referiu o Papa.

Mas qual o caminho que estamos a percorrer? O caminho da vida ou da mentira? – perguntou o Santo Padre – Onde está a minha alegria: no fazer ou no dizer?

Encontrar os toxicodependentes

Na tarde desta sexta-feira dia 26 de fevereiro o Papa Francisco, no contexto dos “sinais jubilares” de testemunho das obras de misericórdia, visitou a Comunidade San Carlo, nas proximidades de Castelgandolfo.

Fundada pelo Padre Mario Picchi esta comunidade tem com o objetivo prevenir e enfrentar a exclusão social das pessoas, com particular atenção para os toxicodependentes – esta obra pertence ao Centro Italiano de Solidariedade.

Foi sem aviso prévio que o Santo Padre apareceu na porta da Comunidade terapêutica San Carlo, na periferia de Roma. Ali vivem 55 pessoas que realizam um percurso para sair da dependência das drogas.

A surpresa foi geral. Ninguém esperava poder encontrar o Papa e uma profunda comoção tomou conta dos presentes. Francisco queria estar junto dos jovens e ouvir as suas histórias. Disse-lhes para não se deixarem devorar pela “metástase” da droga e, abraçando-os, quis fazê-los compreender o facto de que o caminho iniciado na comunidade é uma real possibilidade para recomeçar uma vida digna de ser vivida.

Com este sinal o Papa Francisco quis acentuar a necessidade de uma constante confiança na força da Misericórdia, que continua a apoiar a nossa peregrinação e que, acompanhando-nos também nas horas mais frias, faz sentir o  calor da sua presença e reveste o homem da sua dignidade.

Esta visita é um dos gestos simbólicos do Papa durante este Ano Santo da Misericórdia: em dezembro o Papa abriu a Porta Santa da Cáritas de Roma e em janeiro visitou um lar para idosos.

Rejeitar desvios de desonestidade

No final da manhã deste sábado dia 27 de fevereiro o Papa Francisco esteve na Sala Paulo VI com os empresários italianos reunidos em Roma através da Confindustria – a Confederação da Industria Italiana.

Nas palavras que dirigiu aos empresários de Itália, o Santo Padre referiu o facto de ser vontade destes ‘homens de negócios’ refletirem juntos sobre a ética e os valores que permitam uma alternativa concreta ao modelo consumista do lucro a todo o custo.

O Santo Padre destacou no seu discurso o lema de orientação dos trabalhos desta confederação: “Fazer juntos”, tendo recordado ser necessário investir em projetos que envolvam os que, muitas vezes, são esquecidos: a família, os idosos, os jovens sem trabalho. “Todas estas pessoas podem fazer a diferença para uma empresa” – declarou.

Colocar a pessoa concreta no centro de cada negócio – continuou o Papa – significa dar a cada um a sua parte, significa saber ouvir; significa dar esperança.

Augurando que “Fazer juntos” não seja apenas um slogan mas um programa para o presente e o futuro das empresas, o Papa Francisco pediu que o caminho dos empresários seja sempre a justiça “que rejeita os atalhos de recomendações e favoritismos e os desvios perigosos de desonestidade”.

Exortando os empresários italianos a servirem o bem comum o Santo Padre afirmou na conclusão do seu discurso que “não há liberdade sem justiça e não há justiça sem respeito pela dignidade de cada um.”

O drama dos refugiados  

No Angelus deste III Domingo da Quaresma o Papa Francisco chamou a atenção para o drama dos refugiados recordando a ajuda que a Grécia e outros países têm dado no socorro a essas pessoas.

De referir a saudação do Santo Padre a um grupo de peregrinos Indígenas do Biafra.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 22 a 29 de fevereiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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