Festa do sacrifício, Eid al Adha, fonte de unidade e paz


Dubai (RV*) - Amigas e amigos, recebam uma saudação fraterna das Arábias.

Estudando e vivendo no seio de culturas e religiões diferentes, aos poucos, vamos nos convencendo de que nelas existem filões da fraternidade. Uma pena que as divisões surjam a partir de detalhes, de uma visão estreita e parcial. São as interpretações doutrinais com objetivos pessoais ou de grupos que comprometem a unidade na diversidade.

Uma das festas queridas do Islã é o Eid AL Adha, ou seja, a Festa do Sacrifício. Chama-se assim porque lembra a história de Abraão e seu filho Ismael, segundo os islâmicos, Isaac segundo os cristãos, como verdadeiros exemplos de submissão a Deus.

 Abraão teve uma inspiração em sonho; deveria sacrificar seu amado filho pela causa de Deus.  Mesmo  sendo extremamente dificultoso, Abraão não hesitou em obedecer às ordens do seu Senhor, pois era verdadeiramente submisso ao Conhecedor do oculto e do manifesto.

Então Abraão foi até seu filho e disse-lhe sobre o sonho.  Embora jovem, o filho também, um exemplo de submissão a Deus, respondeu: “Oh meu pai faça o que te foi ordenado.”.

Ambos haviam-se submetido a Deus. Abraão afiou a faca e colocou-a no pescoço de seu amado filho, mas a faca não fazia sequer um arranhão no pescoço dele.  Neste momento, Deus enviou o anjo Gabriel dizendo-lhe para substituir o filho por um cordeiro que deveria ser sacrificado, em nome de Deus.

É nessa narração que teve origem a Festa do Sacrifício, Eid aL Adha, no Islã. Por isso, setenta dias depois do encerramento do Jejum, Ramadan, os seguidores do profeta Maomé invadem os mercados para adquirir cabritos, cordeiros ou até camelos para sacrificá-los, lembrando da submissão de Abraão e seu filho ao único Deus.

Uma vez adquiridos, os animais são levados a lugares adequados onde, sob a supervisão das autoridades sanitárias, são sacrificados.

É condição obrigatória que o animal seja macho, adulto e saudável. A carne que resulta desses sacrifícios é distribuída, um terço para familiares, um terço para vizinhos e um terço para os pobres.

A história pode-nos sugerir a seguir a orientação de Paulo: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. (Efésios 4:3)

*Missionário Olmes Milani CS para a Rádio Vaticano.








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