2016-02-25 14:59:00

Misericórdia de Lés a Lés - O compromisso da Misericórdia


Olá, seja bem-vindo a mais esta edição de “Misericórdia de Lés a Lés”, emissão semanal do Programa Português da Rádio Vaticano para este Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Apresentação de Dulce Araújo que vos saúda em nome de toda a esquipa desta secção.

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Muitos os eventos jubilares no Vaticano e pelo mundo fora… Destaque hoje para a elevação da Missão de Santa Cruz de Canhe, em Angola a Santuário da Misericórdia; algumas conferências sobre o Ano da Misericórdia na Universidade de São José, em Macau; a criação, neste Ano Jubilar, de mais uma Diocese no Bangladesh; a publicação, pela Igreja na Bélgica do Relatório 2012-2015 sobre abusos sexuais no país, e, aqui no Vaticano, destaque ainda para o Jubileu da Cúria Romana, com a segunda parte da entrevista com D. Carlos Azevedo sobre a função, composição e reformas deste organismo de auxilio ao Papa no Governo da Igreja Universal….E domingo passado, por ocasião do Angelus do Papa, ouvimos, na Praça de São Pedro, alguns portugueses vindos a Roma para rezar neste Ano Santo, ou simplesmente para visitar a cidade tendo descoberto aqui que se está a viver um Ano jubilar sobre a Misericórdia, termo sobre o qual não sabem grande coisa.

Acompanhe-nos então no desenvolvimento destes assuntos todos e não se esqueça que também pode participar no programa “Misericórdia de Lés a Lés” enviando as suas informações para o e-mail: portoªvatiradio.va. 

Clicando em baixo pode ouvir a emissão toda. 

Ou então ouvi-la por partes lendo e clicando em cada uma... 

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Muitos eventos jubilares nestes dias, dizíamos. Vamos aqui recordar alguns, antes de mais no Vaticano, começando pela segunda audiência jubilar sábado passado, no Vaticano. O Papa falou de Misericórdia e empenho, isto é o assumir uma responsabilidade, um compromisso. Deus comprometeu-se com o homem, deu-lhe o seu Filho, sinal do seu amor. Partindo deste amor misericordioso de Deus, também nós podemos e devemos corresponder ao seu amor com o nosso empenho, sobretudo nas situações de maior necessidade e onde há mais sede de esperança, como por exemplo, com as pessoas abandonadas, os trazem graves deficiências, os doentes mais graves, os moribundos... Em todas estas realidades nós trazemos a misericórdia de Deus através de um empenho de vida, que é testemunho da nossa fé em Cristo – sublinhou Francisco.

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Também no Domingo, por ocasião do Angelus, o Papa falou da sua viagem ao México, lançou apelos contra a pena de morte e recordou que esse tempo de Quaresma é propicio para fazermos  um caminho de conversão que tenha no centro a misericórdia e recomendou de novo esse “remédio espiritual” que ele chama “Misericordina” para promover a misericórdia, o amor, o perdão, a fraternidade. Uma caixinha contendo o Rosário e uma pequena imagem de Jesus Misericordioso, que foi distribuído às pessoas presentes na Praça de São Pedro… Um gesto que um dos portugueses que contactamos na Praça no fim do encontro - João Casquinho (e a filha, Beatriz Casquinhoachou interessante. Oiça:

Segunda-feira 22 Festa da Cátedra de São Pedro, foi o Jubileu da Cúria Romana e dos organismos a ela ligados. A Cúria, explicou-nos D. Carlos Azevedo, Delegado do Conselho Pontifício para a Cultura é o organismo encarregado de auxiliar o Papa no Governo da Igreja. Se comparado com o governo de um país, a Cúria Romana pode ser visto como o conjunto de ministérios que formam o Governo. Há, no entanto, que distinguir a Sé Apostólica da Cidade do Vaticano, esta última o espaço físico com todos os organismos típicos de uma cidade, para permitir a Sé Apostólica (Papa mais a Cúria) desempenhar a sua função espiritual de governo da Igreja Católica universal, com independência em relação à Cidade de Roma, em que se encontra. D. Carlos falou a vez passada da secretaria de Estado, com as suas duas partes (assuntos gerais e a parte da diplomacia para o relacionamento com outros Estados) e do Governatorato, isto é o Governo da Cidade do Vaticano. Falou-nos também da reformas que, paulatinamente o Papa Francisco está a querer imprimir nelas para melhor servirem a Igreja. Hoje vai-nos falar dos outros organismos que compõem a Cúria, começando pelas Congregações…

Outro grupo de organismos que compõem a Cúria Romana são os Conselhos Pontifícios que são mais de 6…

D. Carlos Azevedo, Delegado do Conselho Pontifício para a Cultura, um Conselho de que nos falará numa das próximas emissões…

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Foi apresentado no passado dia 23 em Bruxelas o Relatório 2012/2015 sobre os casos de abuso sexual na Igreja que está na Bélgica. Uma questão espinhosa na Igreja e está tomar o caminho da misericórdia em todos os sentidos… “O nosso objectivo agora é ajudar as pessoas que sofreram e que foram magoadas”. As vítimas no centro de todos os processos de justiça e reconciliação – Assegurou D. Guy Harpigny, bispo de Torunai, que, juntamente com D. Johan Bonny, bispo de Antuérpia, apresentaram, segunda-feira 22, em Bruxelas esse relatório. Relatório segundo o qual nestes quatro anos quatro anos, 418 vítimas dirigiram-se aos 10 Centros de Contacto instituídos em todas as dioceses e congregações religiosas na Bélgica para acolher as pessoas que passaram por abusos sexuais, mas para as quais o crime foi prescrito. A estes acrescentam-se 628 vítimas que se dirigiram aos Centro de Arbítrio (uma modalidade que não prevê a passagem através de instituições eclesiais). O total é de 1064 denuncias. 95 novos dossier foram abertos nestes últimos dois anos.

Plena colaboração com as autoridades judiciárias

D. Harpigny explicou que “para os casos recentes age-se directamente em justiça. E para os outros casos – os prescritos – procurou-se ter em conta as vítimas, instituindo pontos de contacto em cada uma das dioceses e duas para as Congregações religiosas. No dia 23 foi anunciada a criação também de um Comité de Vigilância composta por pessoas externas à Igreja para ajudar os bispos a compreender o que fazer e como intervir em casos de padres que cometeram abusos. D. Harpigny – refere a agencia SIR – assegurou a “plena colaboração com as forças da ordem em linha também com quanto sublinhado ultimamente pelo cardeal Sean O’Malley, presidente da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores, acerca da “responsabilidade moral e ética de denunciar os presumíveis abusos às autoridades civis que têm a tarefa de proteger a sociedade”.

Mostrar solidariedade às vítimas

“Houve um primeiro momento de surpresa pelo número de casos e o número de padres e religiosos envolvidos – disse D. Harpighy acrescentando: agora estou convicto de que há outras vítimas que não tiveram ainda a coragem de falar e de denunciar. Por isso, digo que devemos estar muito atentos em acolher pessoas que têm dificuldades em manifestar-se. A denuncia é um processo muito duro para as vítimas, porque é necessário dizer a pessoas estranhas os sofrimentos por que passaram e repercorrer uma parte da própria vida extremamente dolorosa. O seu desejo é apenas o de ser ouvidos. Muitos na Bélgica já perderam confiança na Igreja. Mas não é esta a nossa principal preocupação. O nosso objectivo agora é ajudar as vítimas e ter em conta a sua dor”. “Temos perfeitamente consciência – disse por seu lado Manu Keirse, Presidente da Comissão Interdiocesana para a Protecção das Crianças e dos Jovens – que não podemos mudar o passado. Porém, podemos, pelo menos, procurar oferecer hoje aquilo que faltou no passado: humanidade e solidariedade. Trata-se de uma tentativa sincera de transformar a injustiça vivida no passado num direito para o futuro.

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O nosso giro pelo Jubileu no mundo leva-nos agora a Angola para falar de um novo Santuário da Misericórdia. De Luanda Anastácio Sasembele:

E da África à Ásia, mais precisamente a Macau, onde arrancaram quinta-feira passada na universidade São José  uma série de conferências sobre o Ano da misericordia.  Foi a primeira de um conjunto de quatro, cujo calendário e origem da proposta foi explicada pelo ao nosso correspondente, Carlos Picassinos, pelo padre João Eleutério, da Faculdade de Estudos Religiosos, e um dos promotores desta iniciativa:

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“Misericórdia de Lés a Lés”… permanecemos ainda na Ásia, para falar do Bangladesh, onde em 20 anos redobrou o número de Dioceses e foi recentemente inaugurada uma outra:a de Barisal…

Inauguramos “esta nova diocese dando a prioridade ao serviço não só dos católicos, mas também aos outros fiéis, para lhes levar o testemunho de Cristo - disse, D. Laurence Subroto ao inaugurar esta nova diocese de Barisal, de que é primeiro bispo. A celebração inaugural – refere a agencia Asianews – teve lugar na Escola Secundária Udayan, na presença de 25 mil fiéis, dois arecebispos, seis bispos e 200 sacerdotes provenientes de todo o Bangladesh. Trata-se da sétima Diocese do País, que conta também com uma arquidiocese, Dhaka.

A nova diocese tem 16 mil católicos

A diocese – explicou o bispo “tem 16 mil católicos num território de 15 milhões de pessoas não cristãs, que serviremos com atenção e amor. A diocese tem três escolas superiores, seis clinicas e muitas outras actividades sociais”.

O prelado era até agora bispo auxiliar de Chittagong – da qual diocese da qual Barisal foi desmembrada – e é originário de Barisal, 123 km a sul de Dhaka: “Agradeço – disse – os sacerdotes, religiosas, irmão e catequistas que fizeram amadurecer a fé dos católicos nesta área, razão pela qual pudemos criar uma nova diocese”.

Papa Francisco criou a Diocese de Barisal a 29 de Dezembro de 2015. Assim o país passa a ter sete dioceses e uma arquidiocese.

Com uma população de 161 milhões de habitantes, os católicos no Bangladesh representam apenas 0,1%  dos habitantes , enquanto que os muçulmanos são 89,5% e 9,6% é de religião induista.

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E para concluir, voltamos a Roma, para dar voz a um outro grupo de 10 portugueses que ouvimos domingo passado ao fim do Angelus. Falou em nome deles Isabel Fragoso que explicou a razão da vinda do grupo a Roma:

Chegamos assim ao fim de mais esta edição de Misericórdia de Lés a Lés. Obrigada pela atenção e recorde-se que aguardamos a sua reacção e colaboração. E-mail: portoªvatirado.va.  Até para a semana, se Deus quiser.








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