Leigos e sacerdotes, uma parceria perfeita na evangelização


Cidade do Vaticano (RV) - Em nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar, na edição de hoje, do Decreto Apostolicam actuositatem sobre o Apostolado dos Leigos.

No programa passado, vimos como desenvolveu-se a teologia do laicato, que levou o Concílio Vaticano II a formular mais claramente possível à luz da Verdade Revelada os princípios exatos que dizem respeito ao lugar e a tarefa do laicato na Igreja. Outrossim foi ressaltada a importância da atuação dos leigos não somente dentro da igreja, mas também fora dela, onde o cristão leigo vive, trabalha e estuda, levando um testemunho que seja fermento do Evangelho.

Também neste sentido, o Decreto Apostolicam actuositatem representou um divisor de águas  em relação aos documentos até então produzidos sobre a atuação dos leigos na Igreja, como nos explica o Presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, o Bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen, que tem nos acompanhado na explanação do documento:

"Exatamente. Ele mostra o protagonismo leigo. Aqui, inclusive, fala do munus sacerdotal do leigo. Quer dizer, o munus do serviço, do próprio leigo, é dar a força, dar ênfase a ele. Então o leigo não deve ser objeto, ele tem que ser sujeito. Por isto ele se torna também protagonista na evangelização. E oxalá, eu sonho, um pouco mais de espaço, que os leigos cresçam nesta mentalidade. Mas também a hierarquia precisa também entender, que tem tantos campos onde a hierarquia não consegue entrar, mas os leigos conseguem. Portanto, eles também são protagonistas na evangelização".

O Concilio Vaticano II reforçou o protagonismo leigo na Igreja. Mas, que lugares na Igreja os leigos poderiam ocupar mais espaço:

"Existem muitos espaços, como nos ministérios. Nós temos pensado naquelas atividades da catequese, das pastorais, na administração dos bens da comunidade. O leigo tem que cuidar da administração e não o padre. Muitas vezes o padre quer ser dono do dinheiro, quer ser dono das construções e nem sempre ele está preparado para isto. É claro, precisamos sempre também, como os padres tem que ser bem preparados, a hierarquia tem de ser bem preparada, assim também os leigos, para a mesma consciência, a mesma maturidade, o mesmo equilíbrio saibam dar de si, para que o patrimônio espiritual seja também o patrimônio material, para beneficiar a autêntica e verdadeira evangelização. Então são diversos campos onde os leigos tem que atuar. Os leigos profissionais tem muito a contribuir neste aspecto".

E que espaço os sacerdotes, os bispos, poderiam abrir mais para a atuação dos leigos?

"Acabei de vir de uma reunião que a Prefeitura convocou para a questão da dengue, para eliminar todos os focos. Aí quando manifestei a ação da Igreja, logo falaram: "Ôpa, a Igreja tem um papel importantíssimo, para que ajude a conscientizar". Então o sacerdote, ele começa a mostrar a consciência e aonde que os leigos começam a entrar na batalha para ajudar que estas coisas aconteçam. Então eu diria que o sacerdote, ele precisa abrir mais espaço para que o leigo participe não somente das atividades de Igreja, como também da sociedade. E aí tem os Conselhos paritários, onde eles tem que participar. Aonde ele participa dando o seu testemunho. Vamos olhar outro campo, vamos ver o mundo dos empresários. Aonde que é preciso que os leigos assumam a sua dimensão profética na empresa e tudo mais. E aí o sacerdote vai ser aquela figura que autentifica, que acolhe, que marca presença e que incentiva e que mostra a luz do Evangelho. Ele é o irmão, diria, o irmão mais consciente, melhor preparado pela teologia e tudo mais. Então ele tem que ser aquela iluminação para que os leigos na suas áreas possam atuar e atuar com segurança. E tenho percebido, que onde os sacerdote tem este tipo de participação, os profissionais se sentem mais seguros. Eles vão mais firmes e as coisas acontecem...e aí entra a ética, funciona a ética, começa a diminuir a corrupção e tudo mais, pois temos alí um perfeito casamento: há o sacerdote com o seu ministério próprio e também os leigos, com o seu sacerdócio comum na sua atividade de evangelização e transformação do mundo". (JE)








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