2016-02-18 10:19:00

Moçambique: Saúde na luta contra a malária


O Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM) prevê cobrir, este ano, vinte e seis distritos do país com operações de pulverização intradomiciliária, num esforço visando travar a incidência da malária, que volta a registar um recrudescimento apesar de todos os esforços de prevenção e combate.

Para o efeito, será empregue um novo insecticida denominado “actelic” que, para além de ser forte, garante uma protecção de nove meses quando aplicado nas paredes das casas contra os seis meses do composto químico que estava até então em uso neste exercício.

Segundo o director do Programa Nacional de Controlo da Malária, Baltazar Candrinho, o novo insecticida será, em princípio, usado em alguns distritos já identificados, e a pulverização será lançada em Setembro, devido ao facto de a doença ser, nessas áreas, endémica.

A par da iniciativa, Candrinho disse que o programa vai assegurar, noutros distritos, uma distribuição universal das redes mosquiteiras, medida que preconiza a sua disponibilização onde não será desencadeado o exercício da pulverização.

Governo intensifica acções de prevenção da malária

O Plano Estratégico da Malária preconiza, segundo a fonte, a protecção de toda a população moçambicana com pelo menos um método (pulverização ou uso de rede) e o programa nacional de controlo da doença tem estado, desde 2014, a garantir que pelo menos um dos métodos é posto em prática.

Candrinho apontou, a título de exemplo, que, de Outubro do ano transacto a esta parte, foram pulverizadas, em todo o país, 993.961 casas, com particular atenção para os distritos das províncias onde a incidência é maior.

“No ano passado, pulverizamos 19 distritos e conseguimos uma cobertura de 88 por cento, isto é, protegemos cerca de 1.7 milhões de habitantes”, disse o director, anotando que, em termos de redes mosquiteiras, foram distribuídas 3.5 milhões.

A fonte citada pela Agência de Informação de Moçambique disse que se for tomado em conta que uma rede protege duas pessoas então foram protegidas entre sete a oito milhões de pessoas, incluindo os 1.7 concidadãos abarcados pela pulverização, então as estimativas apontam para cerca de 10 milhões de moçambicanos.

Existem outros métodos que alargam o universo de pessoas protegidas como é o caso do programa dirigido às mulheres grávidas que recebem as redes durante as consultas do Tratamento Intermitente Preventivo (TIP)m e a provisão de fármacos para prevenir a malária na gravidez e  assim  como ao recém-nascido.

Reduzem casos de malária no país

Na sequência do esforço empreendido, Candrinho afirmou que os casos de malária grave, os que pressupõem o internamento do paciente, reduziram ao registar-se, no ano transacto, um total de 85.785 casos contra 93.885 ao ano anterior, uma redução de nove por cento.

A fonte disse, por outro lado, que os óbitos também reduziram em 24 por cento, porquanto foram registados 2.467 mortes no ano passado contra 3.245 no ano anterior, uma redução em 24 por cento e, por conseguinte, uma redução da taxa de letalidade.

“A redução deve-se a muitos factores, desde a melhoria do tratamento nas unidades sanitárias, à melhoria do conhecimento da população acerca dos perigos da doença, assim como à redução de casos graves, a que se acrescenta a melhoria do treino do pessoal”, descreve o director, acrescentando, porém, que os casos da patologia ainda preocupam.

Segundo o director do Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM), até ao final do ano passado, todos os distritos do país, excepto sete, tinham recebido redes mosquiteiras em pelo menos uma campanha. Os sete não contemplados tiveram campanhas de pulverização que, devido aos elevados custos, não é possível estender pelo país inteiro.

Hermínio José, Maputo








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