Mexicanos esperam pela beatificação de "Tata" Vasco de Quiroga


Morélia (RV) - Na missa em Morélia, o Papa Francisco recordou a figura de "Tata" Vasco de Quiroga, “o espanhol que se fez índio”,  missionário e defensor dos indígenas e primeiro bispo do Estado mexicano de Michoacán. A Congregação para a Causa dos Santos abriu a fase romana do processo de beatificação de Dom Vasco Quiroga em 29 de abril de 2014.

Durante a homilia aos seminaristas, sacerdotes, religiosos (as) e consagrados (as) no Estádio Venustiano Carranza, o Santo Padre revelou que ele mesmo havia pedido ao Arcebispo local, o Cardeal Dom Alberto Suárez Inda, para celebrar a missa com o báculo e o cálice usados por Dom Vasco de Quiroga. E citou suas palavras de uma carta pastoral de 1554:

“Revisitando a memória, não podemos esquecer-nos de alguém que amou tanto este lugar, que se fez filho desta terra. Alguém que pôde dizer de si mesmo: «Tiraram-me da magistratura para me porem na plenitude do sacerdócio por mérito dos meus pecados. A mim, inútil e completamente inábil para a execução de tão grande empreendimento; a mim, que não sabia remar, elegeram-me primeiro bispo de Michoacán»”.

Beatificação

Em novembro de 1997 foi anunciada na Basílica de Pátzcuaro a abertura da fase diocesana de beatificação de Dom Vasco Quiroga. Impulsionado pelo recém nomeado Arcebispo de Morélia, Dom Alberto Suárez Inda, um grupo de fieis e religiosos percorreu a região, e depois o país, em busca de documentos sobre o primeiro Bispo de Michoacán. Nos séculos passados, houve a abertura de outros processos, que encontraram oposição por parte de autoridades eclesiásticas locais e não avançaram. Mas desta vez, com a instituição da Comissão Diocesana em 1999, o trabalho avançou, assessorado também por um grupo de especialistas que comprovavam ou não a autenticidade de documentos históricos. Foram 50 audiências e 33 testemunhos colhidos.

Finalmente, em 21 de janeiro de 2014, após 16 anos de investigação, a fase diocesana foi concluída com uma cerimônia na Catedral de Morélia. Em 29 de abril do mesmo ano, a Congregação para a Causa dos Santos abriu formalmente o processo, na fase romana. São 32.642 cópias de documentos sobre "Tata" Vasco, contidos em 32 caixas, a serem analisados. Os originais estão guardados na Catedral de Morélia, como arquivos. Ainda falta a comprovação de um milagre pela intercessão do Servo de Deus Vasco Quiroga.

Um processo que teve início mais de 400 anos após a sua morte o que em parte, para nós brasileiros, recorda José Anchieta, canonizado pelo Papa Francisco em abril de 2014. (JE/RL)








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