A homenagem do Papa ao jovem mártir José Luis Sánchez del Río


Morélia (RV) – Ao visitar a Catedral de Morélia na terça-feira, o Papa Francisco homenageou o jovem José Luis Sánchez del Río, mártir aos 14 anos e beatificado com outros doze mártires pelo Cardeal Saraiva Martins, em 20 de novembro de 2005, em Guadalajara. Em 22 de janeiro de 2016, o Papa Francisco autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar o Decreto que reconheceu o milagre atribuído a sua intercessão.

Seus restos mortais estão depositados na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de sua cidade natal, Sahuayo, também no Estado de Michoacán. Mas na Catedral de Morélia está uma teca com uma representação sua, que foi visitada por Francisco.

Guerra “Cristera”

José Luis Sánchez del Río em28 de março de 1913, em Sahuayo. Era filho de Macario Sánchez e de María del Rio. Frequentou a escola na sua cidade natal e sucessivamente em Guadalajara, no estado de Jalisco. Quando começou a “Guerra Cristera”, em 1926, seus irmãos uniram-se às forças rebeldes. Mesmo sem a aprovação de sua mãe, entrou nas fileiras do General Prudencio Mendonza, sendo encarregado de levar o estandarte. Passou a ser chamado de “Tarcisius”, um cristão martirizado na tentativa de proteger a profanação da Eucaristia.

Capturado

Durante uma violenta batalha em 25 de janeiro de 1928, foi capturado junto com diversos companheiros. Em 7 de fevereiro foi conduzido à sua cidade natal, onde é aprisionado em uma igreja paroquial já devastada e profanada pelas forças federais. Foram-lhe feitas duas propostas para passar para as forças governativas, ambas recusadas. Em 10 de fevereiro foi justiçado.

Carta à sua mãe

Na primeira noite de prisão, escreveu à sua mãe: “Minha querida mamãe, fui feito prisioneiro em combate hoje. Penso no momento em que morrerei; mas não é importante, mamãe. Tu deves aceitar a vontade de Deus; morro contente, porque estou sofrendo ao lado de Nosso Senhor. Não te preocupes pela minha morte, que é o que me mortifica. Pelo contrário, diga aos meus irmãos para seguirem o exemplo do menor e farão a vontade de nosso Deus. Tenhas força e envia-me a tua benção junto com a do meu pai. Saúda-me a todos pela última vez e recebam o coração de vosso filho que vos ama e que gostaria muito de vê-los antes de morrer”.

Não renegou a fé

Nos dias em que esteve preso, José Sánchez foi torturado. No dia 8 de fevereiro foi obrigado a assistir o enforcamento de Lázaro, outro jovem que havia sido preso junto com ele, na tentativa de forçá-lo a abjurar de sua fé ao invés de morrer. O corpo de Lázaro, de fato, foi deixado no cemitério, mas o jovem recobrou os sentidos e conseguiu fugir.

As torturas continuaram e no dia de sua execução, lhe foram esfoladas as plantas dos pés, sendo obrigado a caminhar até o cemitério, onde foi apunhalado ao lado da fossa onde seria enterrado. Foi-lhe pedido novamente para abjurar da fé, mas José gritava “Viva Cristo Rei”. Morreu com um tiro. Dois amigos de infância presenciaram a sua execução. Mais tarde, tornaram-se fundadores de congregações religiosas. (JE)








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