Amecea e Caritas africana: combate à pobreza e desigualdade


Nairóbi (RV) - O combate à pobreza e às desigualdades, acompanhado da promoção da justiça social: esse é o compromisso conjunto assumido pela Associação das Conferências Episcopais da África Oriental (Amecea) e pelas Caritas regionais, ao término de um encontro realizado estes dias em Nairóbi, no Quênia. Participaram da reunião os diretores nacionais da Caritas e os secretários gerais das Comissões Episcopais de Justiça e Paz.

Justiça social e paz interior são inseparáveis

No comunicado final difundido ao término dos trabalhos, a Amecea e a Caritas acolhem orientações dadas pelo Papa Francisco que, em seu Pontificado, reiteradas vezes exortou as organizações católicas a “se darem as mãos para criar uma maior sinergia, com o objetivo de servir ao povo de Deus da melhor forma possível”.

O Papa as convida a fazê-lo tendo sempre presente o espírito de São Francisco de Assis, no qual se evidencia “até que ponto a preocupação com a natureza, a justiça para com o pobre, o compromisso na sociedade e a paz interior são inseparáveis”. (Encíclica “Laudato si”, nº 10)

Forte denúncia do tráfico de seres humanos

Daí, o compromisso dos dois organismos africanos a reforçar a colaboração recíproca também mediante um maior intercâmbio de informações e de experiências e ulteriores parcerias com outras estruturas da Igreja católica engajadas no âmbito social.

Os bispos colocam no centro da nota o drama do tráfico de pessoas e da migração: neste âmbito, Amecea e Caritas empenham-se a enfrentar “as causas profundas e as necessidades das pessoas que são atingidas” pelo grave fenômeno que o Papa Francisco definiu “crime de lesa humanidade”.

Nesta ótica é lançado um apelo a fim de que as vítimas do tráfico de seres humanos sejam tratadas com dignidade; ao mesmo tempo, os migrantes são convidados a reconhecer as leis dos países de acolhimento.

A nota dolente da exploração minerária por parte de indústrias estrangeiras

Em seguida, a nota episcopal aborda a complexa questão da exploração das indústrias extrativistas africanas por parte de sociedades minerárias estrangeiras, ressaltando que as populações da África não obtêm nenhum benefício de tais atividades.

Por isso, Amecea e Caritas se dizem determinadas a denunciar, em alta voz, “os efeitos negativos” provocados pela atividade extrativista e a injustiça econômica sofrida pelos africanos.

Além disso, os participantes do encontro reiteram o compromisso em prol do bem comum de todos, sem exclusões, e afirmam a necessidade de concentrar os esforços numa formação dos africanos que leve em conta a Doutrina social da Igreja.

Atenção particular aos jovens

“Reconhecemos o reaparecimento de situações de urgência em nossa região” e por isso se afirma a vontade conjunta a de instituir fundos de solidariedade destinados a responder, de modo eficaz, às emergências mais graves que se apresentam na região, lê-se ainda no texto.

O comunicado conclui-se com uma exortação à promoção da justiça social “com particular atenção para as questões econômicas que dizem respeito aos jovens. (RL)








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