Papa no Chiapas: esperança à região mais pobre do México


Cidade do Vaticano (RV) – Quarto dia da visita do Papa Francisco ao México. Depois da missa ontem em Ecatepec na presença de mais de 300 mil fiéis e do encontro emocionante com as crianças doentes de câncer em um hospital pediátrico, que entoaram o slogan, “Francisco 'hermano', o Papa é mexicano”, nesta segunda-feira, o Santo Padre deixa a Cidade do México com destino a Tuxtla Gutiérrez e, em seguida, vai a San Cristóbal de Las Casas, onde celebrará a Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas. 

Este Estado, o mais meridional dos Estados mexicanos, permanece ainda hoje, apesar de seus grandes recursos naturais, um dos menos desenvolvidos, com uma grande pobreza e analfabetismo. Cerca de 36% de seus habitantes fala exclusivamente a sua própria língua indígena. Por isso, o Papa irá entregar um documento que autoriza o uso das línguas locais nas celebrações eucarísticas, tseltal, ch’ol e tsotsil.

Estarão presentes fiéis, na grande maioria indígenas, provenientes de todo o Estado de Chiapas.

Francisco almoçará com 8 representantes de indígenas e com a comitiva papal. Na parte da tarde fará uma visita à Catedral de San Cristóbal, onde estarão reunidos grupos de idosos e enfermos. O Papa irá oferecer uma homenagem floreal à imagem de Nossa Senhora.

O dia do Santo Padre em Chiapas termina com o encontro com as famílias no Estádio de Tuxtla Gutiérrez. A estrutura pode conter cerca de 40 mil pessoas. Antes de entrar no estádio, o Papa receberá do governador do Estado de Chiapas as chaves da cidade.

Durante o encontro com as famílias, a renovação das promessas de matrimônio.

Depois, em direção do aeroporto, irá descerrar uma placa comemorativa da visita. Retorna em seguida para Cidade do México.

Nos dias passados o governo do Estado de Chiapas liberou 124 prisioneiros de diferentes prisões a pedido dos bispos de Tuxtla Gutiérrez e San Cristóbal de las Casas. Dom Felipe Arizmendi Esquivel, Bispo da Diocese de San Cristóbal de las Casas, explicou que com a visita do Papa Francisco se promove ainda mais a justiça.

Dom Arizmendi ressaltou que “o Papa vem para promover mais justiça, por isso solicitamos, que por ocasião da visita do pontífice se fizesse justiça para estas pessoas”.

Entretanto, foram milhares e milhares de mexicanos que vieram a Cidade do México nos últimos dias provenientes das cidade que o Papa não irá visitar durante a sua passagem pelo México, enfrentando o frio e a espera de horas para só para ver o Papa por alguns segundos e gravar as imagens de Francisco sorridente e abençoando.

Foi o caso de centenas de mexicanos vindos da cidade de Veracruz que lotaram cinco ônibus acompanhados pelo seu bispo. Como não com conseguiram entrar no “Zócalo” (a praça central da capital onde se encontra a catedral e o palácio presidencial) para saudar o Papa no último sábado, se reuniram numa das avenidas onde passaria o papamóvel. Ficaram esperando três horas e a alegria deles foi enorme só ao ver o Papa passar, acenar para eles e as abençoar. E tudo foi gravado nos celulares e enviado aos familiares e amigos que ficaram em Veracruz.

Aliás, é este o desejo do Papa: encontrar mais pessoas possíveis. Apesar de ser cansativo, ele faz questão de andar de papamóvel para que as pessoas possam vê-lo.

Assim o Papa Francisco continua a sua Viagem Apostólica ao grande país católico das Américas. Nos últimos dias foram muitas e autênticas as demonstrações de fé, admiração e carinho que o povo mexicano deu ao ilustre hóspede. O México é um país com grandes problemas, marcado pela desigualdade e onde uma grande parcela da população vive em condições de extrema pobreza. Um país que enfrenta a violência gerada pela delinquência organizada e pela falta de respeito pelos direitos humanos. Porém, não é um país paralisado pelos problemas e dificuldades, pois busca soluções aos grandes desafios que a modernidade apresenta. E Papa Francisco, na sua visita ao país vai a lugares significativos que apresentam o grande espectro da sociedade mexicana. Vai e leva esperança.

A pergunta é evidente em um Estado que se diz laico. Até onde o Papa poderá com suas mensagens e gestos ajudar esse povo a mudar as coisas? Não sabemos, mas certamente o que vemos nestes dias nos lugares por onde passa Francisco é uma boa indicação de uma incansável vontade de mudança.

Dos Estúdios da Rádio Vaticano, Cidade do México, Silvonei José








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