Patriarca Caldeu denuncia expropriação de bens dos cristãos


Bagdá (RV) – O Patriarca dos Caldeus, Louis Raphael I Sako, lançou um apelo aos funcionários do governo e às autoridades religiosas de Mosul, para que protejam o patrimônio dos cristãos, ao mesmo tempo em que denuncia que suas casas, mosteiros e  igrejas foram destruídas em Mosul, enquanto em Bagdá radicais se apossaram de seus bens.

Cristãos iraquianos acolheram muçulmanos

Os cristãos são um povo nativo do Iraque, explica o Patriarca na mensagem. “Eles abriram  os seus mosteiros, escolas e outras estruturas para acolher os muçulmanos que chegavam da Península Arábica. Além disto, os cristãos iraquianos compartilharam o seu rico patrimônio com os muçulmanos, e os introduziram no campo da educação, da medicina, da administração, da agricultura e da tradução”.

Cancelar a memória

O Patriarca adverte para o fato de que não bastou ao Estado Islâmico ter expulsado de Mosul e da Planície do Nínive mais de 120 mil cristãos, e que há 18 meses são obrigados a viver em tendas, mas que os terroristas estão literalmente “cancelando a sua memória”.

Muçulmanos podem apropriar-se de bens de não-muçulmanos

Por sua vez em Bagdá – adverte Dom Sako – existem grupos e indivíduos que ocupam as casas e as propriedades dos cristãos usando documentos falsificados, pois a cultura deles permite que tomem posse de uma propriedade de um não-muçulmano.

“Queremos também recordar aqui – disse o Patriarca dos Caldeus -  o abuso doloroso e humilhante aos cristãos iraquianos da lei da Carta Nacional Unificada (Artigo 26/2), onde afirma que os menores cristãos devem converter-se ao Islã se um de seus pais o tenha feito por qualquer motivo que seja”.

Lealdade ao Iraque e desejo de viver em paz

Dom Sako revela que houve um encontro com funcionários do governo e com autoridades religiosas muçulmanas para discutir o que se tem em comum em termos de fé “e como seres humanos que convivem no país”. Durante os colóquios foi reiterada da parte dos cristãos a “lealdade pelo Iraque, enquanto nossa Pátria” e a inexistência de qualquer gesto de vingança, mas sim, “o desejo de viver em paz com todos os iraquianos”.

Apelo à consciência dos funcionários públicos e governo

Diante da situação vivida pelos cristãos no país, o Patriarca viu-se uma vez mais obrigado a dirigir-se à consciência dos funcionários do governo e das autoridades religiosas – quer xiitas quanto sunitas – para que “deem um passo sério em direção à salvaguarda da vida, da dignidade e das propriedades de nosso povo, seres humanos e cidadãos iraquianos”.

Ameaças inaceitáveis

Ao concluir a mensagem, Dom Sako foi veemente ao considerar que são “inaceitáveis as ameaças à vida dos cristãos, à sua liberdade e às suas propriedades, especialmente porque tal comportamento está longe do conceito religiosos e é considerado como uma outra forma de genocídio”. (JE)








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