Tanzânia. Bispos preocupados com impasse pos-eleitoral em Zanzibar

"Devemos continuar a rezar para que reine a paz e o impasse em Zanzibar não acabe por nos dividir". Se de facto "Zanzibar precipitar no caos, o resto do País não estará seguro": é o apelo lançado recentemente por D. Jude Thadaeus Ruwa'ichi, Arcebispo de Mwanza, durante a cerimónia de tomada de posse do novo bispo de Mtwara, D. Titus Mdoe.

Novas eleições em Zanzibar após o cancelamento das de 25 de outubro
A referência era à situação que se criou no arquipélago semiautónomo onde, em Outubro passado, a Comissão Eleitoral Independente da Tanzânia decidiu cancelar os resultados das eleições presidenciais, legislativas e locais pelas "graves irregularidades" detectadas durante o escrutínio que teve lugar aos 25 de outubro, enquanto no resto da Tanzânia as eleições foram consideradas válidas, trazendo ao poder o presidente John Magufuli. No dia 22 de janeiro foi anunciado que as novas eleições em Zanzibar serão realizadas no dia 20 de março.

Ministro: o Governo da Tanzânia empenha-se a fazer respeitar as leis
Na celebração – informa a agência CISA - estava presente Jenister Mhagama, Ministro de Estado no Gabinete do Primeiro-Ministro responsável pelos assuntos parlamentares, do trabalho, os jovens e as pessoas com deficiência, que exprimiu a sua apreciação em relação ao novo bispo de Mtwara. "O governo investe as suas esperanças em líderes como você, D. Mdoe. Contamos com líderes religiosos que exortam os tanzanianos a acolher e promover os ensinamentos religiosos, e nós no Governo nos empenhamos para que os cidadãos respeitam as leis ", disse a Ministro.

A Igreja em Zanzibar na mira dos islamitas
Nos últimos anos Zanzibar - com clara maioria muçulmana e sempre caracterizado por sentimentos independentistas - tem sido palco de ataques e episódios violentos que também envolveram a Igreja Católica, tida como alvo por movimentos islamitas que gostariam de islamizar toda a Tanzânia. A grande maioria dos muçulmanos tanzanianos não partilha estas posições extremistas, mas a presença e a acção destes grupos preocupa a Igreja, empenhada em manter boas relações de colaboração com as autoridades religiosas muçulmanas para contrastar a propagação do fundamentalismo islâmico no País. (BS)