Fundamentalismo se vence com educação, defende Card. Nichols


Londres (RV) - O isolamento, a perda dos valores partilhados e de pontos de referência de tantos jovens hoje e o fácil acesso às redes sociais, estão fazendo dos adolescentes britânicos o principal alvo do terrorismo islâmico. Esta foi a advertência do Cardeal Vincent Nichols, Presidente da Conferência Episcopal Inglesa e de Gales (CBEW) em um simpósio realizado em Londres que reuniu os responsáveis por Institutos católicos e educadores. Estima-se que sejam em torno de 700 os jovens ingleses que aderiram ao Estado Islâmico na Síria e Iraque. Entre estes, um número crescente de adolescentes.

Internet, instrumento privilegiado de recrutamento

"O que mais toca - observou o Arcebispo de Westminster - é que a idade chave para contactar e influenciar os potenciais recrutas do jihadismo global está entre os 15 e 25 anos, ou seja, a idade dos jovens das vossas escolas, confiados aos vossos cuidados". Para o purpurado, o motivo da forte atração que as organizações terroristas exercem sobre os adolescentes, está o hábil uso das redes sociais, que acabaram tornando-se o principal meio de socialização entre a juventude.

"O mundo digital - explicou - responde hoje a cinco exigências de fundo: o desejo de conectar-se e de estar conectados; do acesso rápido às informações; o de ser guiados e de ter uma causa a seguir; o desejo de partilhar pensamentos e opiniões; o divertimento". E é o que buscam tantos jovens que não têm sólidos pontos de referência e que procuram sua identidade e um papel na sociedade.

Mensagem sedutora para os jovens mais vulneráveis

Os grupos terroristas usam a internet, propondo uma mensagem atrativa e, "ao menos de aparência, coerente", em um mundo feito de informações fragmentadas. Os especialistas - enfatizou o Cardeal - dizem que "basta um mês para transformar um adolescente insatisfeito e desorientado em um terrorista".

Responsabilidade dos educadores católicos

Neste contexto, segundo o purpurado, entram em jogo as responsabilidades dos educadores, e em particular os educadores católicos. Eles deveriam ser capazes de propor e testemunhar aos jovens o fascínio de uma visão cristã coerente. A educação, de fato, "não pode somente tratar de fragmentos, deve saber tratar sobre o todo". "O serviço que as vossas escolas são chamadas a dar - sublinhou - é o de ajudar os jovens a encontrar seu lugar no mundo, nas suas relações, em seu futuro. Algo que eles poderão fazer melhor, crescendo em um ambiente de uma vocação radicada na relação com Jesus. Somente se vocês conseguirem atingir este objetivo - concluiu o Card. Nichols  - não sairão para o mundo jovens ingênuos, prontos a serem seduzidos por uma ideologia perversa e desumana, ou por qualquer outra forma de violência e desumanidade degradante que ameaçam o nosso mundo hoje". (JE)  








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