2016-01-29 11:54:00

Renovar a fé e redescobrir as obras de Misericórdia - Papa à Doutrina da Fé


O Papa centrou o discurso que lhes dirigiu no Ano Santo da Misericórdia, exprimindo o desejo de que seja uma ocasião para “todos os membros da Igreja renovarem a sua fé em Jesus Cristo que é o rosto da misericórdia do Pai, a via que une Deus e o homem”.

O Papa exprimiu igualmente o desejo de que “pastores e fiéis” redescubram ao longo deste Ano Santo “As obras de misericórdia corporais e espirituais” pois, quando no fim da vida terrena de cada um de nós nos será perguntado não apenas se demos de comer e beber a quem tinha sede e fome, mas também  se ajudamos as pessoas a “sair da dúvida” , se acolhemos os pecadores, admoestando-os e corrigindo-os e se fomos capazes de combater a ignorância, sobretudo relativamente à fé cristã e a uma vida correcta.

Francisco continuou dizendo que “na fé e na caridade se dá uma relação cognitiva e unificante com o mistério do Amor, que é o próprio Deus”. Deus que, embora permanecendo um mistério, tornou efectiva e afectiva a sua misericórdia, através de Jesus feito homem para a nossa salvação. E é nisto  - disse o Papa - que está a razão de ser da Congregação para a Doutrina da fé:

Com efeito, a fé cristã não é apenas conhecimento a ser conservado na memória, mas verdade a ser vivida no amor. Por isso, juntamente com a doutrina da fé, é necessário conservar também a integridade dos costumes, de modo particular nos âmbitos mais delicados da vida. A adesão da fé à pessoa de Cristo implica tanto o acto da razão como a resposta moral ao seu dom. A este respeito, agradeço-vos por todo o empenho e a responsabilidade que exercitais ao tratar os casos de abuso de menores da parte de clérigos”.

O Papa chamou mais uma vez a atenção para a delicadeza que a tarefa de proteger a integridade da fé comporta, dizendo que isto requer um “empenho colegial”. Nesta linha agradeceu os Consultores e Comissário que colaboram com o Dicastério para Doutrina da Fé, encorajando-o a continuar e a intensificar  estas colaborações e a promover a nível eclesial  “a justa sinodalidade”. A este respeito citou como positiva a reunião realizada no ano passado com as Comissões doutrinais das Conferências Episcopais europeias, frisando que sem “uma abertura à dimensão transcendental da vida (…)  a Europa corre o risco de perder aquele espírito humanístico que, no entanto, ama e defende”.

Para o Papa Francisco, renovação da vida eclesial significa estudar a “complementaridade entre os dons hierárquicos e carismáticos” , dons que “são chamados a colaborar em sinergia para o bem da Igreja e do mundo”:

O testemunho desta complementaridade é hoje, mais do que nunca, urgente e representa uma expressão eloquente daquela ordenada pluriformidade que caracteriza o tecido eclesial, reflexo da harmoniosa comunhão que vive no coração do Deus Uno e Trino”.

A relação entre estes dons – hierárquicos e carismáticos – remete para “a sua raiz trinitária na ligação entre Logos divino incarnado e o Espírito Santo que é sempre dom do Pai e do Filho”, raiz que, se reconhecida e aceite com humildade, permite à Igreja renovar-se em todos os tempos.

Unidade e Pluriformidade são os sigilos de uma Igreja que, movida pelo Espírito, sabe caminhar, com passos seguros e fieis em direcção à meta que o Senhor Ressuscitado lhe indica ao longo da História.”

E o Papa concluiu enaltecendo mais uma vez a dinâmica sinodal que – disse - “se entendida correctamente” nasce da comunhão e conduz à comunhão”. 

(DA)








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