O difícil diálogo sobre a crise síria


Genebra (RV) – Realizou-se nesta sexta-feira, 29, em Genebra, uma reunião para tratar da crise síria. O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, encontrou a delegação do governo guiada pelo Representante Permanente da República Árabe Síria junto às Nações Unidas, Bashar Jaafari. Os colóquios prosseguiram com os encontros com outros participantes da reunião e após, com representantes da sociedade civil. Como indicado nos dias passados por Staffan, “Trata-se de colóquios de proximidade, o que significa que as partes se encontraram com ele separadamente”. No entanto, na Síria o drama humanitário não para. Foram tantas as vítimas dos combates e ataques aéreos nos últimos dias. Entre as vítimas, muitas crianças. A Rádio Vaticano perguntou ao sacerdote Padre Elias Janji, da Igreja Armênio Católica de Aleppo, as condições atuais das crianças:

“As crianças têm necessidade de viver e não de sobreviver. Nós gostaríamos de ter não uma sociedade perfeita, mas uma sociedade na qual uma pessoa possa crescer. Deveríamos combater então, contra todas as coisas que não nos ajudam a crescer, sobretudo esta guerra”.

RV: Quais são as estruturas de que vocês dispõe?

“Existem muitas escolas, muitos grupos que estão trabalhando com as crianças, como os freis, como a escola “Espaço do Céu”, e também todas as comunidades cristãs presentes. Podemos dar a estas crianças lições escolares porque a maior parte das escolas foram destruídas, e também uma ajuda psicológica para viver a paz e não a violência. Como vivemos em uma sociedade em que a maioria é muçulmana, então devemos aceitar a diversidade, sobretudo agora que o fundamentalismo está crescendo. Nós também acreditamos, que se os cristãos não permanecerem no Oriente Médio, a religião muçulmana não será moderada. Os cristãos, de fato, ajudam a viver a paz, a viver a não violência, a viver todos os valores principais da vida”.

RV: A oposição síria anunciou que não tomará parte na reunião Genebra 3. Quais são as suas perspectivas políticas e humanitárias para esta conferência de paz, que já parte com pressupostos complexos?

“O diálogo nos ajuda a ter a paz, mas no diálogo existe a necessidade de ouvir o outro. Estes rebeldes, o Daesh, não têm nenhum ouvido para ouvir, para aceitar os cristãos e todas as minorias que ali vivem. Agora o problema não é tanto partir ou permanecer, o problema agora é crescer, ter uma vida como antes. Nesta sociedade não havia nunca problemas. A Síria, a nível de segurança, ocupava o quinto lugar no mundo, por exemplo, quando uma jovem ou uma criança voltavam para casa à uma ou às duas da manhã. Agora a situação mudou”. (JE)








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