Aberto o Fórum Econômico de Davos


Cidade do Vaticano (RV) - Um relatório elaborado pela organização não-Governamental Oxfam aponta que a riqueza acumulada por 1% da população mundial superou a dos 99% restantes em 2015.

Os dados da ONG britânica, divulgados pouco antes do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que começa hoje, indicam que “o fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses”.

O relatório, intitulado “Uma economia a serviço de 1%”, destaca que isso aconteceu um ano antes do estimado no estudo de 2015.

Oxfam pede a ação dos países 

“Não podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão poucas pessoas”, afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França.

A Oxfam critica a ação de lobistas - que influenciam decisões políticas que interessam empresas - e a quantidade de dinheiro acumulada em paraísos fiscais. Pede que os governos tomem providências para reverter esta tendência e sugere a meta, por exemplo, de reduzir a diferença entre o que é pago a trabalhadores que recebem salário mínimo e o salário dos executivos.

Objetivos do Fórum

Criado para “contribuir na solução dos problemas da nossa época”, o Fórum Econômico Mundial se realiza anualmente nesta estação de esqui suiça aonde se reúnem líderes empresariais e governamentais de todo o mundo, acadêmicos, jornalistas e representantes da sociedade civil para discutir os desafios para o desenvolvimento mundial e melhorar o ambiente de negócios.

A 46ª edição é dedicada à “Quarta revolução industrial” e se realiza no momento em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a crise de refugiados na Europa se unem às dificuldades que a economia mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias emergentes.

Participação feminina aumenta

A organização do Fórum estima que o evento tenha este ano mais de 500 participantes do sexo feminino, cerca de 18% do total, e mais 1% do que em 2015. São políticas, empresárias e pesquisadoras que estão assumindo um papel de liderança no mundo de hoje e construindo as bases da economia do futuro.

Davos atrai muitas teorias da conspiração, mas o evento não tem passado de um grande encontro de conversas informais. Nos últimos anos, os organizadores reduziram os convites a chefes de Estado, para manter o caráter econômico e privado do evento.  

Críticos dizem que ele só serve para aumentar a globalização e este é um dos pontos mais polêmicos do Fórum. Enquanto se registram cada vez mais manifestações antiglobalização, os organizadores garantem que o Fórum serve apenas para “melhorar o estado do mundo”.

É comum aparecerem artistas no Fórum para chamar a atenção para temas quentes em debate. Este ano, por exemplo, Leonardo DiCaprio levará a Davos o seu empenho no combate às alterações climáticas.

O Brasil no evento

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é o único representante do primeiro escalão do governo brasileiro a participar do encontro. Desde 2011, quando assumiu o cargo, a presidente Dilma Rousseff foi ao Fórum de Davos uma única vez, em 2014.

(CM)








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