Misericórdia para enfrentar crise migratória, defende cardeal austríaco


Cidade do Vaticano (RV) – Com a crise migratória na Europa, há chances do continente europeu a voltar com velhos temores que poderiam levar à construção de "novos muros", contrários ao conceito cristão de caridade. Esse foi o alerta feito pelo Cardeal e Arcebispo de Viena (Áustria), Dom Christoph Schönborn.

“Perante ao desafio de muitos migrantes e refugiados, que é um desafio grande – destacou o prelado -, existe o risco que todos se fechem em seus próprios limites; essas fronteiras, barreiras, muros, a Cortina de Ferro, irão retornar, existirão novamente, mesmo que de uma maneira diferente.”

Neonacionalismo europeu

Para o Arcebispo, um grande desafio para Europa é possuir as virtudes cristãs de prudência, misericórdia e caridade, superando os temores e “o novo nacionalismo que parece estar ultrapassado”. Segundo ele, “estamos novamente vivendo uma nova onda de neonacionalismo na Europa”.

O discurso do prelado ocorreu na segunda-feira (18/1) durante coletiva de imprensa para a apresentação do Congresso Apostólico Europeu da Misericórdia. Como parte do Jubileu da Misericórdia, o evento ocorrerá em Roma entre os dias 31 de março e 4 de abril deste ano.

De acordo com o cardeal, há muitas coisas a serem feitas em diversos níveis em resposta à situação dos migrantes-refugiados, “especialmente para a Igreja e para os políticos que possuem fé”.

“Não podemos esquecer que a Europa derramou sangue e água durante séculos de guerra entre os cristãos”, observou o prelado, lamentando que, no passado, o continente se orgulhava da abertura e da aceitação. Mas agora, segundo ele, parece estar caindo em antigos sentimentos de medo e de mente fechada.

Misericórdia à frente dos desafios

“Espero que os bispos europeus tenham a habilidade para encontrar uma fala em comum, um encorajamento em comum. Para ser honesto, até agora não temos isso”, afirmou.

O Arcebispo pontuou ainda que, para qualquer decisão a ser tomada, a misericórdia precisa estar no coração. “Uma boa política é o trabalho de misericórdia”, observou ele, lembrando que a luta também contra a corrupção – importante para o Papa Francisco – “é um trabalho de misericórdia”. (PS/ EWTN News)








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