Visita à Sinagoga: o Papa percorre a senda do diálogo


Cidade do Vaticano (RV) – A data escolhida para a visita do Papa à Sinagoga, 17 de janeiro, é o Dia para o aprofundamento e o desenvolvimento do diálogo entre católicos e judeus, celebrado todos os anos, na Itália, e em sua 27ª edição em 2016.

Instituída em 1989, a data foi decidida por preceder a Semana de oração pela unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro, no Hemisfério Norte, ndr). Visitando o templo de Roma neste dia, o Papa ressalta a importância que atribui à amizade hebraico-cristã e ao diálogo que ela expressa.

Para Dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, presidente da comissão episcopal italiana para o diálogo, “o ponto forte do Papa Francisco é a rica experiência pessoal dele no diálogo com o mundo hebraico, desde os tempos de Buenos Aires”.

Frei Volney Berkenbrock, Professor de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), estudioso da temática inter-religiosa, afirma que o Pontífice dá continuidade à tradição de diálogo da qual já São Francisco deu exemplo, em seus tempos. Para ouvir o Frei Volney, clique abaixo:

“Acima de tudo, o Papa Francisco é uma figura que se coloca numa tradição de diálogo. Não é algo novo para a figura de Francisco o diálogo com os judeus. Já em Buenos Aires tinha um diálogo grande com o mundo judaico. Ele está continuando sua trajetória. Eu costumo dizer que na história do Cristianismo existem dois rios que correm: um é o rio da desavença, o rio da contraposição; e o outro é o rio do diálogo. O rio da desavença é muito maior na história, mas o rio do diálogo também existe e há muitos séculos. São Francisco de Assis foi um que dialogou com os muçulmanos. Então quando o Papa Francisco faz um gesto destes, ele não está fazendo uma novidade absoluta na história, ele está dando continuidade a uma tradição de diálogo que talvez não é muito conhecida, mas que existe no Cristianismo desde há séculos. Talvez um fato não sabido é que Francisco de Assis, nosso santo da ordem Franciscana, ele foi dialogar com o Sultão do Egito justamente na época das Cruzadas. Este gesto do Papa Francisco está na continuidade da corrente, do rio do diálogo”. 

(CM)

 








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