Porta Santa em Aleppo: Ano da Misericórdia leva esperança à Síria


Aleppo (RV) – O Ano Santo  também levará esperança à martirizada Síria. Neste domingo, de fato, abre-se em Aleppo a Porta Santa na Paróquia de São Francisco, danificada por uma granada em outubro. Sobre o significado do Jubileu da Misericórdia para este país dilacerado por cinco anos de guerra civil e também marcado pela violência do Estado Islâmico, com milhares de vítimas e refugiados, a Rádio Vaticano conversou com o Arcebispo de Aleppo e Presidente da Caritas Síria, Dom Antoine Audo:

“É muito significativo. Penso que todo este Ano da Misericórdia tenha um significado muito importante para nós que nos interrogamos sobre o por quê de todas estas violências contra nós e no mundo. E a resposta é muito clara: o motivo que levou o Santo Padre a escolher este, como Ano Santo da Misericórdia e da reconciliação, é uma verdade que vivemos a cada dia: temos necessidade de paz – que venha do coração – de perdão e de misericórdia”.

RV: A escolha da cidade de Aleppo para a abertura da Porta Santa  tem um significado. Aleppo era a cidade síria com maior número de cristãos...

“Sim, era a cidade mais povoada por cristãos, com seis bispos católicos. Por exemplo, hoje recebemos o Arcebispo maronita de Aleppo que foi consagrado há poucos dias. Assim, tudo isto tem um grande significado e nós continuamos a acreditar que no final, a última palavra será a da paz e da reconciliação. Mas queremos a boa vontade das potências mundiais, para que coloquem de lado seus interesses econômicos e militares e busquem um caminho de reconciliação, de paz e de desenvolvimento para todos os países da região”.

RV: O senhor encontrou muitos fieis nestes dias. Como eles vivem a expectativa pela abertura da Porta Santa?

“É uma coisa muito profunda, delicada. Estes fieis da Síria perderam tudo devido às violências e à guerra.  Permanece com eles somente uma coisa: uma atitude de fé; a confiança de que existe um futuro e que seja possível retomar a vida e continuar a viver na paz. Este é o único desejo que permanece e que no final das contas, vem da fé, da paciência e do coração de Deus. Existe uma dúvida profunda, mas ao mesmo tempo existe também o desejo de colocar tudo nas mãos de Deus, capaz de fazer um milagre e deixar transformar os corações dos homens. Rezem por nós, para que possamos continuar a esperar os frutos deste Ano realmente especial! Pensamos que este Ano tenha sido feito de modo especial para nós e que o Papa, quando decidiu, pensou em nós: no Oriente Médio, na Síria, no Iraque e na Terra Santa”. (JE)








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