Papa: Deus não fecha a ninguém a possibilidade de salvar-se


Cidade do Vaticano (RV) – Após abrir a Porta Santa na Basílica São João de Latrão, o Papa Francisco retornou ao Vaticano para rezar o Angelus com os milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro, num domingo de céu azul e muito frio. Conversão e alegria foram os temas da reflexão do Papa: “Deus não fecha para ninguém a possibilidade de salvar-se” - ressaltou- e “nenhuma categoria de pessoas está excluída de percorrer o caminho da conversão para salvar-se”.

A pergunta dirigida a João Batista “Que devemos fazer?”- extraída do Evangelho de Lucas - inspirou a reflexão do Papa sobre o caminho de conversão e salvação. Francisco observa que três categorias de pessoas interpelam João: a multidão, os publicanos e alguns soldados. “Cada um destes grupos – explicou - interroga o profeta sobre o que deve fazer para pôr em prática a conversão que ele prega”. E João responde a eles dizendo que é “a partilha dos bens de primeira necessidade”:  “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!”. Aos cobradores de impostos diz: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. “O que quer dizer isto? Não cobrar propina”. E aos soldados, por fim: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!”:

“Três respostas para um idêntico caminho de conversão, que se manifesta nos compromissos concretos de justiça e de solidariedade. É o caminho que Jesus indica em toda a sua pregação: o caminho do amor concreto pelo próximo”.

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“Destas advertências de João Batista – notou – compreendemos quais eram as tendências gerais de quem detinha o poder naquela época, nas mais diversas formas. E as coisas não mudaram muito, hein!”. Mas faz a ressalva:

“Todavia, nenhuma categoria de pessoas está excluída de percorrer o caminho da conversão para obter a salvação, nem mesmo os publicanos considerados pecadores por definição. Nem mesmo eles estão excluídos da salvação. Deus não fecha a ninguém a possibilidade de salvar-se. Ele – se poderia dizer esta palavra - está ansioso para usar de misericórdia, usá-la para com todos e de acolher a cada um no seu terno abraço de reconciliação e de perdão”.

Fé 

O Papa reitera que as palavras de João propostas pela liturgia de hoje - que falam da necessidade de conversão, de mudar de direção, de rumo e de seguir pelo caminho da justiça, da solidariedade, da sobriedade - são também para nós. “Convertam-se! É a síntese da mensagem de Batista”, diz o Papa. E uma dimensão particular da conversão – observa – é a alegria, pois “quem se converte e se aproxima do Senhor, é alegre”:

“Hoje é necessário coragem para falar de alegria, é necessário sobretudo fé! O mundo é afligido por tantos problemas, o futuro marcado por incógnitas e temores. E ainda que o cristão seja uma pessoa alegre, e a sua alegria não é algo superficial e efêmero, mas profunda e estável, porque é um dom do Senhor que preenche a vida. E a nossa alegria vem da certeza de que o Senhor está próximo”.

O Papa conclui, pedindo que Maria “nos ajude a fortalecer a nossa fé, para que saibamos acolher o Deus da alegria, que sempre quer habitar em meio aos seus filhos” e “nos ensine a partilhar as lágrimas com quem chora, para poder dividir também os sorrisos”.

Após recitar a oração mariana do Angelus, o Papa saudou os fieis e grupos presentes na Praça São Pedro, recordando que hoje, em todas as catedrais do mundo, serão abertas as Portas Santas, para que o Jubileu possa ser vivido plenamente nas Igrejas particulares”:

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“Desejo que este momento forte estimule a muitos a serem instrumentos da ternura de Deus. Como expressão das obras de misericórdia, serão abertas também as “Portas da Misericórdia” nos locais em dificuldades e marginalização. A este propósito, saúdo os presos dos cárceres de todo o mundo, especialmente os da prisão de Pádua, que hoje estão unidos a nós espiritualmente neste momento de oração, e os agradeço pelo dom do concerto”.

De forma particular, o Papa também saudou um grupo de Focolarinos presentes na Praça, junto a amigos de algumas comunidades islâmicas. (JE)








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