Em Uganda, Francisco chama atenção sobre os refugiados


Campala (RV) – Na terra do sangue ecumênico dos mártires africanos, Francisco recorda ao continente a sua responsabilidade pela diáspora. “Papa Francisco adverte Uganda sobre a situação dos refugiados”. Esta é a manchete deste sábado dia 28 de novembro, do jornal “New Vision”, o mais lido em Uganda.

Como demonstra a história do continente, evidenciada antes pela OUA e hoje pela União Africana,  “a realidade que  hoje chamamos  África é, na sua essência ‘diasporina’ e a África e as Áfricas não se realizarão jamais sem a sua diáspora”.

Eis que Francisco, no seu primeiro dia da visita apostólica aqui na terra do sangue ecumênico dos mártires da África moderna e contemporânea quis recordar esse traço histórico de ‘diasporicidade’ que caracteriza a essência da natureza do continente africano e dos seus diversos povos, chamando atenção do pais à situação dos migrantes, de modo particular dos refugiados que são, hoje em dia, os crucificados da globalização da indiferença.

Afinal, a primeira viagem apostólica realizada pelo Papa Francisco logo após a sua eleição à cátedra de Pedro, foi, de fato, para visitar a diáspora africana e por conseguinte os migrantes e refugiados africanos, em Lampedusa em 8 de julho de 2013.

Na ocasião, o Santo Padre levou o pesar, o conforto e a sua proximidade pessoal e da Igreja católica às vitimas da tragédia do naufrágio de Lampedusa e a toda a família da diáspora africana enlutada. Mais de 99% das vitimas da tragédia de Lampedusa eram efetivamente africanos, filhos deste continente ‘disporiano’ por natureza e essência.

Hoje, Francisco encontra finalmente os africanos no território continental e é normal, então, que não podia deixar de evocar a realidade daquilo que constitui o drama do século XXI e, ao mesmo tempo, chamar atenção do próprio continente a não esquecer a essência da sua natureza ‘diasporiana’ e por conseguinte a sua responsabilidade para com a diáspora africana dentro e fora do território continental.

De recordar que a União Africana dividiu o continente africano em cinco regiões de desenvolvimento incluindo a diáspora como a sexta região do desenvolvimento continental justamente para recordar a história da natureza ‘diasporiana’ deste continente berço da humanidade.

A África é hoje o  continente não só de emigração, mas também de imigração e migração interna: o primeiro lugar por onde os “excluídos da historia” ou melhor os “danados da terra” decidiram desafiar a cartografia mundial elaborada pela Europa, com as suas fronteiras e divisões.

Na espera, então, que os dirigentes africanos possam finalmente escutar essa chamada de atenção do Pontífice sobre a sua responsabilidade em relação a situação dos migrantes e refugiados, nos despedimos aqui da capital ugandesa Kampala, para a Rádio Vaticano, Filomeno Lopes, paz e bem.








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