Bispos da América Central defendem corredor humanitário para cubanos


San José (RV) – A Igreja Católica da América Central exortou os governos da região a estabelecerem um corredor humanitário para os milhares de cubanos que emigram por terra até os Estados Unidos, dos quais cerca de 3 mil estão estacionados na Costa Rica.

Os Presidentes das Conferências Episcopais da América Central, reunidos na Costa Rica, emitiram um comunicado na terça-feira, 25, defendendo a concretização de um acordo durante um encontro extraordinário de Ministros das Relações Exteriores da América Central, México, Cuba, Colômbia e Equador realizado em El Salvador.

"Exortamos vocês, senhores chanceleres, a propiciarem o compromisso de seus governos para encontrar uma solução imediata para a crise, mediante a criação de um corredor humanitário que permita o livre trânsito por seus países de emigrantes cubanos que pretendem chegar aos Estados Unidos”, escrevem os prelados no comunicado. “Desta maneira se evitará em todos os países da rota migratória, a parada indefinida e a condição albergados, além de contribuir para protegê-los das máfias de traficantes que se aproveitam de sua vulnerabilidade”, observam.

A nota é assinada pelo Presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, Dom Leopoldo Cardenal Brenes; da Costa Rica, Dom Óscar Fernández; da Guatemala, Dom Rodolfo Valenzuela; de El Salvador, Dom José Luis Escobar e do Panamá, Dom José Domingo Ulloa. Ademais, subscrevem o Vice-Presidente da Conferência Episcopal de Honduras, Dom Ángel Garachana e o Secretário do Secretariado Episcopal da América Central e Bispo Auxiliar do Panamá, Dom Pablo Varela. Os prelados realizam  sua Assembleia Plenária Ordinária na cidade costarriquenha de Heredia.

Desde 14 de novembro passado, a Costa Rica enfrenta uma crise migratória com a chegada de milhares de cubanos irregulares pela fronteira com o Panamá. Desde então, já foram emitidos mais de 3 mil vistos temporários de trânsito para os emigrantes, com o objetido de que transitem legalmente pelo território e continuem sua travessia por terra até os Estados Unidos.

A Nicarágua, por sua vez, proibiu desde o dia 15 a entrada em seu território de emigrantes cubanos, repelindo com o Exército e a Polícia cerca de 800 deles, que atravessaram ilegalmente a fronteira. O Governo nicaraguense acusou a Costa Rica de provocar uma crise humanitária.

A Costa Rica habilitou 11 albergues, onde 2 mil cubanos recebem assistência humanitária por parte de instituições estatais, organismos internacionais, comunidades, grupos da sociedade civil, Igrejas e a Cruz Vermelha.

O Governo costarriquenho defendeu desde o início da crise a criação de um corredor humanitário e uma separação das diferenças políticas da situação humanitária. A maioria dos cubanos possuiu passaporte, saíram legalmente de seu país até o Equador – onde não lhes é exigido visto – e a partir dalí atravessam a Colômbia e Panamá, até chegar à Costa Rica.  (JE/Efe)








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