Papa Francisco na África: mensageiro de paz e reconciliação


Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se na quinta-feira (19/11), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a coletiva de imprensa para a apresentação da viagem apostólica do Santo Padre ao Quênia, Uganda e República Centro-Africana. Mensageiro de paz e reconciliação: é com esse espírito que o Papa Francisco estará na África na próxima semana.

Trata-se da 11ª viagem apostólica internacional do Papa Francisco, a primeira à África. O porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi, destacou a paz, o diálogo inter-religioso e o testemunho dos mártires cristãos entre os temas dessa viagem.

Quando na próxima quarta-feira (25/11) o avião com o Papa abordo aterrissar no aeroporto de Nairóbi – capital do Quênia –, estará sendo iniciada uma nova visita de Francisco que, mais uma vez, tem predileção pelos últimos, “pelas periferias”.

A vez da África para o Papa Francisco

A África faz-se protagonista, como ressaltou Pe. Lombardi, que recordou as viagens dos Pontífices precedentes e, em particular, de João Paulo II que, em seu Pontificado, visitou 42 Estados africanos, quase a totalidade do continente:

“Encontrando-se conosco (na coletiva com a imprensa, ndr) no voo de retorno do Brasil, o Papa dissera que queria ir à Ásia e África: à Ásia já foi, fez duas grandes viagens das quais participamos acompanhando-o, e agora chegou a vez da África.”

No que tange ao Quênia, comentou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, destaca-se o discurso que o Papa dirigirá à sede das Agências da Onu para o Ambiente e o Habitat. Espera-se um amplo discurso que retome os temas da ‘Laudato si’.”

Outro momento significativo será a visita a “Kangemi”, uma das favelas da capital queniana. Ali, disse o religiosos jesuíta, o Papa pronunciará um discurso em continuidade com o que proferiu aos movimentos populares na Bolívia. Em seguida, terá lugar o encontro com os jovens do país:

“São jovens que precisam ser encorajados, motivados a olhar para frente, numa situação que não é fácil para eles viver seu testemunho cristão e buscar os caminhos de um desenvolvimento adequado.”

Uganda, a homenagem ao testemunho dos mártires

Na sexta-feira (27/11), o Pontífice se transferirá para Uganda, onde o momento central será a missa pelos Mártires do país, seguida de uma visita à Casa da Caridade de Nalukolongo, administrada pelos Jesuítas.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé recordou que em Uganda atuam 288 instituições de saúde promovidas pela Igreja católica.

Em seguida, ressaltou a importância dos mártires – católicos e anglicanos – para este país que foi visitado, pela primeira vez por um Papa, em 1969, pelo Beato Paulo VI:

“O caso dos mártires ugandenses é central. Sabemos inclusive da grande importância que o Papa deu à temática dos mártires: vimos isso na Coréia em particular; aí o veremos novamente em Uganda.”

Francisco na África-Central, mensageiro de paz e reconciliação

Por fim, no domingo (29/11) será a vez da República Centro-Africana ferida pelas violências, à qual Francisco testemunhará sua proximidade e dará um forte sinal de paz a partir da visita a um campo de refugiados, a uma paróquia católica, onde se encontram acolhidos mais de dois mil deslocados:

“A finalidade da visita do Papa à República Centro-Africana é justamente manifestar sua proximidade ao povo que sofre devido ao conflito e as tensões. Portanto, a visita ao campo de refugiados é um primum para o Papa e é a primeira coisa que fará após ter encontrado as autoridades.”

Também na República Centro-Africana, bem como nos outros dois países, em seus deslocamentos o Santo Padre usará o papamóvel descoberto, de modo a ter um contanto direto com o povo. O encontro com a comunidade muçulmana centro-africana, na mesquita de Bangui, será particularmente significativo. O Pontífice aprecia o esforço da “plataforma inter-religiosa” do país africano, que tem como protagonistas, entre outros, o arcebispo de Bangui – Dom Nzapalainga, um pastor e um imame.

República Centro-Africana, nenhuma mudança de programa

O momento central da visita a Bangui será a missa na catedral, onde o Pontífice abrirá a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia. Respondendo a perguntas dos jornalistas, o porta-voz vaticano afirmou que a mensagem de paz e reconciliação da viagem à África não sofre modificação, a não ser reforçada, após os eventos verificados em Paris. E reiterou que não haverá nenhuma mudança na visita à República Centro-Africana:

“Nada mudou em relação ao que dissemos reiteradas vezes, e que repito novamente: ou seja, que o Papa quer ir à República Centro-Africana; que o programa continua sendo o de ir ao país centro-africano; que todos nos orientamos nesse sentido; que como toda pessoa sábia, monitoramos a situação e se verifica o que ocorre... Todavia, no momento atual continuamos prevendo ir à República Centro-Africana.”

Ao todo, o Pontífice pronunciará 19 discursos: 14 em italiano, 2 em inglês, 2 em espanhol e um em francês. Por fim, Pe. Lombardi informou que o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, estará na comitiva do Papa no Quênia e em Uganda, mas não na República Centro-Africana, porque naquela data estará em Paris representando a Santa Sé na Conferência sobre o clima.

Assista à chamada da cobertura da RV 

(RL)








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