Dom Zimowski: difundir uma nova "ecologia do coração"


Cidade do Vaticano (RV) - Um renovado impulso ao respeito pelo percurso integral da vida humana. Esse é um dos objetivos da 30ª Conferência internacional promovida pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, que terá como tema “A cultura da saúde e do acolhimento a serviço do homem e do planeta”, a realizar-se no Vaticano, de 19 a 21 deste mês de novembro.

O evento foi apresentado na manhã desta terça-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé, entre outros, pelos presidente, secretário e subsecretário do dicastério vaticano, respectivamente, Dom Zigmunt Zimowski, Dom Jean-Marie  Mate Musivi Mupendawatu e Pe. Augusto Chendi.

Trata-se de um evento, a realizar-se na Sala Nova do Sínodo, para buscar e difundir aquela “ecologia do coração” que poderá levar a um maior impulso em favor do respeito pela vida, pela dignidade da pessoa e da Criação.

Serão três dias de trabalho, com mais de 600 participantes, provenientes de 60 países: teólogos, biblistas, médicos, cientistas, diplomatas e juristas estarão reunidos no Vaticano poucos dias antes da Conferência sobre o clima, que se realizará em dezembro em Paris, e na vigília do Jubileu da Misericórdia.

Os participantes serão recebidos pelo Papa Francisco, cujos ensinamentos junto à Encíclica “Laudato si” constituirão a base das reflexões, como explicou o Arcebispo Zimowski:

“Gostaria de ressaltar que no título inserimos uma palavra muito querida pelo Papa Francisco, que é ‘acolhimento’. O acolhimento é muito importante: acolhimento aos pobres, aos abandonados, aos enfermos. O ‘inclinar-se’ diante da pessoa que sofre, do enfermo, não por acaso, é uma das missões, das máximas expressões da virtude da misericórdia, da qual todo agente de saúde – que coloca a sua consciência e interioridade espiritual a serviço do enfermo e do marginalizado – aprendeu a compreender o significado.”

Outra Encíclica de referência será a Evangelium Vitae de São João Paulo II, há vinte anos de sua publicação. O presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde recordou as razões que levaram Karol Wojtyla – que em várias ocasiões, recordou, vimos como um “Papa sofredor entre os sofredores” – a escrever aquele documento:

“Durante seu Pontificado, muitas vezes mencionava as dramáticas ameaças contra a vida, que – são palavras suas – são ‘programadas de modo científico e sistemático’. É uma objetiva ‘conjura contra a vida’. Neste documento, o Papa polonês fala sobre a ‘cultura da vida’ contra a ‘civilização da morte’. Então queremos, também nessa ocasião, recordar este documento muito importante, porque as ameaças à vida, hoje, cresceram.”

E hoje, na era em que os encontros de cúpula são chamados a enfrentar os desafios como o “direito ao acesso a água potável e limpa, para muitos ainda negado”, ou os problemas de saúde das áreas urbanas e, em particular, daqueles que caracterizam as periferias das cidades, “os projetos de desenvolvimento e as iniciativas empreendedoras, em particular nos países pobres, os quais comportam um impacto sobre o ambiente que muitas vezes é negligenciado ou subestimado”, disse Dom Mupendawatu.

Por conseguinte, é urgente que tais planos sejam respeitosos da vida e da Criação. Trata-se, portanto, de “dar espaço à prioridade da pessoa” e da sua inviolável dignidade, acrescentou Pe. Chendi citando, inclusive, os esforços, nesse sentido, feitos também pelo Papa Bento XVI. (RL)

Ouça clicando acima








All the contents on this site are copyrighted ©.