2015-11-13 10:09:00

Moçambique: Bispos deploram demora no encontro entre Nyusi e Dlhakama


O Presidente da República de Moçambique, reconheceu há dias em Maputo, estar a ter dificuldades para se encontrar com o líder da Renamo (a maior força política da oposição moçambicana), Afonso Dlhakama, para discutirem assuntos relacionados com a estabilidade política e militar do país.

O Estadista moçambicano falava numa audiência que concedeu aos Bispos da Igreja católica, que o foram saudar no âmbito da Conferência Episcopal de Moçambique. Filipe Nyusi mostrou-se disponível a se encontrar com Afonso Dlhakama e prometeu tudo fazer para que tal encontro se realize o mais cedo possível.

Dlhakama inacessível

“Eu quero falar com Dlhakama, mas não está a ser possível. Ele usa intermediários”, disse Filipe Nyusi para depois acrescentar que é falando que as pessoas se entendem.

Na ocasião, o estadista falou da necessidade de se desarmar as forças residuais da Renamo para serem enquadradas na Polícia ou nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique. “Não há nenhum cidadão moçambicano ou estrangeiro que acredita que deve haver partidos com armas. Não deve haver partidos com armas”, sublinhou Nyusi.

Entretanto, durante a audiência, os Bispos deploraram o que chamaram de incoerência do discurso político “entre o que se faz e o que se diz em prol da paz no país”.

Bispos apelam ao abandono das armas

Num outro desenvolvimento, os Bispos católicos apelaram ao Governo de Moçambique e à Renamo para o abandono absoluto das armas e a retoma imediata do diálogo eficaz entre as partes, envolvendo outras forças vivas da sociedade para que Moçambique encontre a paz efectiva e duradoira.

O arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio, que apresentou a Carta Episcopal ao Chefe do Estado, disse que a Igreja Católica está preocupada com a situação política que vive no país.

“Estamos preocupados com a situação político-militar e com continua deterioração do clamor do povo, com os confrontos armados que continuam a fazer famílias enlutadas, com a morte das pessoas caídas em combate, deslocados internos que são obrigados a abandonar as suas casas e outros bens para se refugiarem no mato, dos deslocados externos, que deixam o país perante o risco de perder a própria vida, das crianças e jovens que são obrigados a abandonar os seus estudos, entre outros males” – sublinhou D. Chimoio.

Respondendo a estas preocupações, o Chefe do Estado disse tratar-se de problemas que afligem a todos os moçambicanos, e que todos são chamados a tudo fazer para ultrapassar estes problemas.

Hermínio José, Maputo.








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