O arcebispo de Bangui, República Centro-Africana, espera que a visita do Papa Francisco ao país ajude a mudar o contexto social da região, actualmente “em agitação” devido a uma guerra civil que persiste desde 2013.
Numa entrevista publicada pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), D. Dieudonné Nzapalainga mostra-se convicto de que o Papa virá para “experimentar a realidade em que vive o povo” e “convidá-lo a reconstruir o país”.
O prelado acredita ainda que Francisco saberá colocar as pessoas no “caminho da reconciliação” depois dos “terríveis crimes que foram cometidos”.
Desde que “rebeldes muçulmanos tomaram de assalto o poder” na República Centro-Africana, recorda a AIS, a violência “tomou conta das ruas, em especial nas grandes cidades”.
Para se defenderem dos “constantes ataques” realizados pelos Séleka – é assim que são designados os rebeldes – foram criados “grupos de autodefesa, os antibalaka”.
“Muitas pessoas ainda têm armas... Basta apenas uma pequena faísca para inflamar a chama de novo”, frisa o arcebispo de Bangui.
Apesar da instabilidade que cresce no seu país, D. Dieudonné Nzapalainga “não está muito preocupado com questões de segurança” relacionadas com Francisco.
“Deus é o nosso protector, em primeiro lugar. E o Papa vem em nome de Cristo. E o desejo dele é reunir-se com os seus irmãos e irmãs e, de certa forma, partilhar a sua insegurança”, sublinha o prelado.
O Papa vai visitar a República Centro-Africana nos dias 29 e 30 de novembro, no contexto de uma viagem ao Continente africano que terá também passagens pelo Quénia e Uganda. (BS/SP)
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