Bispos suíços sobre o laicato: a cada um o papel que lhe cabe


Berna (RV) - “Cinquenta anos atrás na pastoral e na catequese éramos ativos quase somente padres e irmãs, enquanto hoje prevalece o número dos diáconos e dos agentes leigos.”

É o que afirmam os bispos suíços numa mensagem sobre o laicato, dizendo tratar-se de “um desenvolvimento confortador, que permite aos vários carismas, diferentes e complementares, testemunhar a existência de um só corpo constituído por muitos membros”.

“Nós, bispos, somos gratos por isso e estimamos os preciosos serviços que os leigos e, em particular, as leigas, oferecem em cada setor da vida eclesial. Este desenvolvimento implica claramente algumas dificuldades”. E a mensagem pretende responder a essas dificuldades.

Intitulada “A colaboração entre presbíteros, diáconos e agentes pastorais no âmbito da celebração eucarística”, a mensagem escrita pelos bispos suíços oferece pistas de orientação, especialmente sobre dois pontos “particularmente importantes e urgentes”: a celebração da Eucaristia e a colaboração entre padres, diáconos e assistentes pastorais leigos.

“A rápida transformação da nossa sociedade, perceptível a todos, concerne também à Igreja. Hoje – afirma o episcopado helvécio –, os católicos praticam sua fé de modo diferente de poucas décadas atrás. Os padres jovens são raros, diminui o número dos assistentes pastorais, em muitos lugares as estruturas pastorais tradicionais já não correspondem às exigências do nosso tempo.”

As dificuldades “aparecem nas várias dioceses com modalidades diferenciadas, dado que tradições, mentalidades, caminhos de formação, recursos financeiros e possibilidade de utilização são muito diferentes entre as várias dioceses”.

“A nova colaboração entre padres e leigos, respeitosa dos vários ministérios, deve ser aprendida e aplicada”, ressaltam os prelados, recordando que “nos encontramos no meio desse processo, que se situa em diferentes modalidades entre a Suíça alemã, Romandia e Ticino”.

Todavia, observam, o que está em jogo diz respeito ao conjunto dos serviços pastorais profissionais, incluído o diaconato. Porque, afinal de contas, o papel do presbítero, hoje como ontem, permanece determinante no cuidado pastoral.

Isso implica dificuldade na delimitação das competências e na precisão da própria identidade, lê-se na mensagem. Se se dissipam as características específicas das vocações e dos perfis profissionais, a própria pastoral vocacional perde a sua base e o seu significado. Isso gera uma confusão que “clericaliza” numerosos leigos e “laiciza” numerosos padres.

Os bispos recordam que “todo ministério é serviço” e que “o corpo tem muitos membros, mas nem todos têm a mesma função”.

Os prelados suíços concluem encorajando padres e leigos, se sobrecarregados de trabalho, a “delegar todas aquelas tarefas que não derivam da ordem sagrada ou do mandato do bispo (missio canônica).

Isso requer confiança, frisam. “Mas é assim que a vida da Igreja será a vida do povo de Deus, em que todos os seus membros podem e devem contribuir com seus carismas e ministérios, no quadro da estrutura sacramental e do direito da Igreja.” (RL)








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