Foram libertados os 14 membros de uma ONG congolesa sequestrados no Norte de Kivu, parte oriental da República Democrática do Congo. O episódio, sublinham fontes missionárias à agência Fides, é apenas o mais recente de uma onda de sequestros de pessoas que acontecem na área e, sobretudo, ao longo da estrada que liga a capital, Goma, a Butembo.
Os sequestros meios de enriquecimento dos grupos armados
Há vários meses que o sequestro se tornou "moda", afirmam os missionários da "Rede
Paz para o Congo" num comunicado enviado à Agência Fides. Omar Kavota, director executivo
do Centro de Estudos para a promoção da paz, da democracia e dos direitos humanos,
afirma ter identificado cerca de 600 casos de sequestro, cometidos ao longo desta
estrada desde o início de 2015. Esta situação preocupa os comerciantes locais que
utilizam esta estrada para chegar ao norte da província. O vice-presidente da sociedade
civil de Vitshumbi, Kambale Sikuli Simwa, pediu às autoridades militares para encontrarem
solução para este fenómeno dos sequestro que se tornou mais um meio de enriquecimento
para os grupos armados da região: talvez as Forças Democráticas para a Libertação
do Ruanda (FDLR), as Forças Democráticas Aliadas (ADF), os Mai-Mai ou simples bandidos
armados.
O flagelo dos sequestro junta-se aos massacres contra civis
No dia 1 de outubro, por ocasião da comemoração do primeiro aniversário do massacre
de civis, perpetrado em Beni a 2 de outubro de 2014, a coordenação da sociedade civil
local recordou que, no território de Beni no Norte de Kivu e em apenas um ano, mais
de 500 pessoas foram mortas com catanas, machados e martelos. O presidente da Sociedade
Civil de Beni, Teddy Kataliko, recordou que estes actos foram cometidos nas seguintes
cidades: Mukoko, Linzo Sisene, Apetinasana, Mayimoya, Kisiki, Eringeti, Kainama, Malehe,
Kokola, Oicha, Ngite, Masulukwede, Vemba, Kadou, Ngadi, Munzambay, Kibidiwe, Matembo,
Mavivi e Matiba. A propósito destes massacres, a coordenação da sociedade civil qualifica-os
como crimes contra a humanidade e apela para a abertura de uma investigação internacional
para identificar e processar os verdadeiros culpados responsáveis por estes actos.
(BS)
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