O Papa e a Porta Santa em Bangui: a esperança da Igreja


Cidade do Vaticano (RV) - A preocupação pelas desordens dos últimos dias em algumas áreas da capital da República Centro-Africana, mas sobretudo a intenção de abrir em 29 de novembro a “Porta Santa” na catedral de Bangui: as palavras do Papa Francisco no Angelus do último domingo despertaram alegria e esperança no país que é uma das três etapas de sua próxima viagem à África. A Rádio Vaticano conversou com o Núncio Apostólico na República Centro-Africana, Dom Franco Coppola:

R. - São dias muito difíceis para a capital. As desordens são limitadas a dois, três bairros do capital: não são se alastraram pelo país nem por toda a cidade, mas são desordens que estão causando muitos prejuízos e obrigaram milhares de famílias a fugirem de suas casas. Estas milícias estão queimando e saqueando sistematicamente as casas de muitas pessoas, portanto, está se provocando tanto sofrimento entre a população civil, que não tem nada a ver com o conflito em curso.

P. - Por isso a grande preocupação do Papa Francisco, que se une à esperança de estar ali para abrir a Porta Santa em Bangui?

R. - Certamente. Eu acho que a preocupação do Papa é principalmente de expressar solidariedade e, ao mesmo tempo, a preocupação pelas famílias que estão envolvidas nesta situação, e por isso mesmo em grave risco de vida. Assim, o Papa fez eco e deu voz à situação - repito - de milhares de pessoas na capital, que se sentem expostas à violência e diante da qual não têm nenhuma defesa ou proteção. Ao mesmo tempo, quis fazer chegar o seu encorajamento à paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que ficou como uma ilha: está sendo protegida pelas forças de manutenção de paz da ONU; e agora ali estão apenas três sacerdotes, um seminarista e algumas centenas, quase 700 deslocados que se refugiaram na paróquia. Tudo ao redor, no entanto, é quase deserto: no bairro existem quadrilhas que saqueiam e queimam casas. Por isso, o Papa quis encorajar aquelas pessoas que ficaram na paróquia, para demonstrar a sua proximidade, e ao mesmo tempo anunciar este evento extraordinário: o fato de dar aos centro-africanos uma oportunidade. É quase uma missão especial a de abrir o Jubileu da Misericórdia, e, portanto, de ser testemunha desta misericórdia e desta reconciliação, antes de tudo entre eles. Foi uma agradável surpresa, um presente especial que aqui, o arcebispo e toda a Igreja, receberam com grande alegria. É um grande privilégio que o Papa tenha decidido reservar essa iniciativa à Igreja centro-afriacana. (SP)








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