Card. Scherer: "Aprofundar a identidade do matrimônio"


Cidade do Vaticano (RV) – Nosso hóspede durante todo o Sínodo dos Bispos, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, nos apresenta este sábado (24/10) as suas conclusões finais sobre a Assembleia. 

Em relação à possibilidade de readmitir os divorciados recasados ao sacramento da comunhão, Dom Odilo confirma que não existem soluções gerais ou generalizadas, mas é preciso aprofundar o caminho do discernimento, palavra-chave deste encontro. Nós lhe perguntamos quais serão os critérios usados para este discernimento.

Ainda segundo o cardeal, a votação do Relatório final deverá refletir a mesma unanimidade constatada nos votos dos Círculos Menores, principalmente sobre os temas mais delicados.  

“Eu acho que vai haver unanimidade. Os círculos menores, de fato, trabalharam autonomamente. Realmente foi admirável como houve uma confluência de percepções, de indicações, sem grandes contrastes sobre as indicações. Acho que isto vai se repetir hoje no grande plenário; tenho a impressão que alguns poucos parágrafos trazem assuntos mais delicados, onde há menos consenso, mas em geral vai haver grande consenso”.

Divorciados e recasados

“Parece que, de fato, as coisas vão numa linha de uma solução que apele à a consciência, que envolva o confessor e eventualmente o bispo local em dar alguma diretriz específica de modo que as pessoas em determinadas situações, sendo acompanhadas, possam eventualmente receber uma indicação específica, mas não haverá uma ‘solução’ universalmente válida. Isto porque no sacramento do matrimônio existem coisas que são da legislação eclesiástica, relativas à disciplina eclesiástica, existem coisas que fazem parte do conteúdo da fé, da doutrina sobre o matrimônio e também sobre a Igreja. No sacramento do matrimônio, temos esta implicação e o Sínodo refletiu bastante sobre isto e não se encontrou uma via em que fosse fácil harmonizar todas as situações”.

Atenção depois do Sínodo

“Acredito que depois do Sínodo haverá ulteriores estudos para aprofundar a questão da identidade do sacramento do matrimônio, da indissolubilidade, da sua relação com a Igreja, a relação do matrimônio com a comunhão eucarística. Esta é uma questão que provavelmente vai continuar a receber a atenção depois do Sínodo”.

Ano da Misericórdia

“Espero que as pessoas fiquem atentas para que, tão logo seja publicado algo, o texto final do Sínodo, leiam, tomem contato e recebam, naturalmente, a palavra do Papa sobre estas várias questões. É muito importante dar esta renovada atenção, inclusive na linha do que vamos logo mais celebrar: o Ano da Misericórdia”.

(CM)

 








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