Portugal: Passos Coelho indigitado primeiro-ministro

A decisão foi anunciada esta quinta-feira, 22 de Outubro, numa comunicação ao país pelo Presidente da República Cavaco Silva num discurso em que justificou a sua escolha e lamentou mesmo que se tenham sobreposto ao superior interesse nacional "interesses conjunturais".

Os visados eram sobretudo o Bloco de Esquerda e o partido comunista que estão a negociar com o PS um entendimento de âmbito parlamentar para viabilizar um governo de esquerda. Estas duas forças reiteram de seguida a intenção de apresentar moções de rejeição ao programa de governo de Passos e Portas.

Num discurso muito critico, o Chefe de Estado rejeitou um governo de "forças partidárias antieuropeístas" e considera mesmo que "este é o pior momento para alterar radicalmente os fundamentos do nosso regime democrático de uma forma que não responde sequer à vontade democrática expressa pelos portugueses" nas eleições.

Na sua intervenção, Cavaco Silva sublinhou ainda que tem medo da "quebra de confiança das instituições internacionais nossas credoras, dos investidores e dos mercados financeiros externos", caso a esquerda venha a chegar ao poder.

De Lisboa, Domingos Pinto.