Coletiva de imprensa: o Sínodo é uma viagem que continuará


Cidade do Vaticano (RV) - Quinta-feira, antepenúltimo dia de atividades do Sínodo sobre a família, nesta última fase em que se trabalha a redação do Relatório final, preparado pela Comissão de dez membros, para tal nomeada pelo Papa. Na parte da tarde, na Assembleia, a apresentação do esboço do documento aos Padres sinodais.

Conduzida pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, a coletiva do dia teve como convidados o arcebispo de Bombay (Índia) e membro da Comissão, Cardeal Oswald Gracias; o bispo de Tonga (Oceania), Cardeal Patita Mafi; e o arcebispo de Los Angeles (EUA), Dom José Horacio Gómez.

“A Comissão trabalhou intensamente para completar o seu trabalho”: com essas palavras, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Lombardi, abriu a coletiva desta quinta-feira, seguido do Cardeal Gracias, o qual disse que o Sínodo foi uma experiência espiritual para entender como ajudar as famílias a tornar-se melhor e a encontrar soluções às suas dificuldades, graças ao cotejamento entre opiniões, pontos de vista e diferentes situações culturais.

Nessa ótica, o purpurado indiano deteve-se sobre o tema da “salutar descentralização”, explicando que esta implica que os bispos devem ser formados a nível teológico, moral e canônico, para compreender as diferentes abordagens necessárias para enfrentar os problemas específicos de cada país.

“O Santo Padre veio agradecer-nos pelo nosso trabalho na Comissão, não ficou para a discussão, mas nos falou sobre a importância da família” – acrescentou o purpurado.

Em seguida, o arcebispo de Bombay se deteve sobre o método de trabalho da Comissão: os especialistas fazem uma avaliação das mais de 700 emendas apresentadas para o documento final, buscando escolher as mais representativas, e depois a Comissão decide quais delas inserir no texto final, de modo que dele possa sair uma mensagem coerente.

Neste momento, ainda na fase de esboço, afirmou o Cardeal Gracias, o Relatório consta de aproximadamente cem páginas, aprovadas por unanimidade pela Comissão. Na abertura, talvez, seja inserido um preâmbulo, a pedido de alguns Círculos menores.

Na parte da tarde desta quinta-feira, a apresentação do esboço do documento aos Padres sinodais, a ser discutido na manhã de sexta-feira. As modificações solicitadas deverão ser feitas até as 14h desta sexta-feira, de forma escrita.

Ainda na sexta-feira à tarde a Comissão reelaborará o texto, baseado nas modificações. No sábado pela manhã o mesmo será lido na Sala do Sínodo em sua forma definitiva; já na parte da tarde o texto será votado parágrafo por parágrafo. Depois, caberá ao Papa estabelecer se publicá-lo ou não.

Por sua vez, o Cardeal Mafi ressaltou: hoje, o mundo globalizado deve ser visto em todas as suas interdependências e esse aspecto deve ser avaliado atentamente.

Trabalhamos no Sínodo com coração aberto, sempre buscando fazer com que se sentisse o apoio da Igreja à família. Em todo caso, o Sínodo é uma viagem que continuará.

Quanto aos desafios dos núcleos familiares em seu país (Reino de Tonga), o purpurado evidenciou a dificuldade dos Estados insulares, ainda desprovidos de instituições fortes, e as transformações que o individualismo, de matriz ocidental, estão levando para a família alargada. A globalização é uma bênção, disse, mas também um desafio, ponderou.

Já o arcebispo de Los Angeles, Dom Gómez, deteve-se sobre o tema da migração, muito presente no Sínodo: nos EUA existem 11 milhões de imigrados irregulares, explicou, e se trata de pessoas que fazem parte da nossa família e que devem ser ajudadas.

O prelado destacou como sendo central também o tema da unidade: nos EUA é uma questão muito presente, e o Sínodo deve lançar uma mensagem sobre isso para demonstrar que a família é o instituto com o qual se pode sempre contar.

A discussão sinodal tratou também da importância do respeito pela mulher e da paridade de direitos e responsabilidades, porque – afirmou o arcebispo – “todos fomos criados iguais e somos todos filhos de Deus”. Dom Gómez fez votos de que o Sínodo possa ajudar as pessoas a viver a fé de modo mais profundo.

Por fim, respondendo a uma pergunta da imprensa sobre a falsa notícia de uma doença do Papa, os Padres sinodais presentes na coletiva afirmaram: ela não teve nenhum efeito sobre a nossa atividade, continuamos trabalhando em espírito de sinodalidade. (RL)

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