Igreja no Uruguai participa da campanha para encontrar desaparecidos


Montevideo (RV) – A Igreja Católica no Uruguai colocou à disposição dos familiares dos prisioneiros políticos desaparecidos durante a ditadura, todas as paróquias do país, com o objetivo de recolher informações úteis e ajudar a localizar e identificar seus restos mortais. A informação, contida na nota enviada à Fides por uma fonte local, foi confirmada pelo Cardeal Arcebispo de Montevidéu, Dom Daniel Fernando Sturla Berhouet, participante do Sínodo em Roma.

Igreja pede gesto de humanidade

O pedido de colaboração foi apresentado há um mês pela Associação das Mães e dos Parentes dos Desaparecidos, nome oficial deste grupo, que elaborou um plano de sensibilização para obter informações sobre estas pessoas. Foi pedido, então, para “entregar uma carta, uma mensagem a cada paróquia, igreja ou sinagoga de todo o território nacional”, pedindo àqueles que sabem alguma coisa ou conhecem algum detalhe que possa contribuir para encontrar os restos de seus entes queridos. “Pedimos um gesto de humanidade. Não importa em quais circunstâncias tenham tomado conhecimento desta notícia”, escreve o comunicado preparado pela associação. O Cardeal insistiu sobre o fato de que não interessa conhecer o nome de quem fornece estas informações, mas o que interessa é o dado em si. “Na medida em que teremos estas informações, veremos crescer as contribuições à paz entre a nossa população do Uruguai”, disse de Cardeal Sturla.

Muitos dos desaparecidos são vítimas da repressão dos anos 70 e 80

Segundo diversas fontes, no Uruguai, após a ditadura (1972-1985) foi registrado o desaparecimento de diversas pessoas. Uma lista de 140, com nome e sobrenome, foi apresentada à Comissão "Serviço da Paz e da Justiça”, enquanto uma lista da Comissão para os Direitos Humanos indicou 192. Muitos deles foram mortos na repressão chamada “Operação Condor”. Desde julho passado, quando foram encontrados diversos corpos, a Associação dos Familiares dos Desaparecidos deu início com mais decisão à campanha para se reencontrar os restos mortais de seus familiares. (JE)

 

 

 








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