Card. Braz de Aviz: recasados são parte da comunidade


Cidade do Vaticano (RV) – “A comunhão com Jesus não é só Eucarística”: é o que lembra o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Card. João Braz de Aviz.

Nas intervenções livres dos próximos dias, na Assembleia sinodal, Dom João reforçará meios para que os católicos recasados não se sintam excluídos da Igreja:

“Nós encontramos nos documentos da Igreja a partir do Concílio, sobretudo, uma colocação em que a presença real de Jesus não é só na Eucaristia. As outras presenças também são reais, segundo uma palavra do Papa Paulo VI na Mysterium Fidei. A presença na Eucaristia, ele diz, é real por antonomásia, isto é, não pode ser diferente. É ‘A’ presença.”

Outras presenças

“Porém as outras presenças não são menos reais. Por exemplo, temos uma presença forte de Deus na Sua palavra. Jesus é o Filho de Deus, ele é o verbo feito carne. Então, neste sentido, esta presença da palavra dá a possibilidade de uma comunhão profunda com Jesus. Existe outra presença que o Concílio fala que é a presença nos sete sacramentos. Depois temos uma presença de Jesus que é na comunidade. O Concílio fala, lembrando Mateus 18,20, onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles. Esta presença de Jesus é uma presença na comunidade. Ele não põe condições para esta presença: se são casados ou não, basta dois ou três que se reúnem no nome de Jesus. Esta é uma presença muito grande e a ser construída. Outra presença: tudo o que fizerem ao menor dos irmãos, vocês o fazem a mim: cada pessoa para mim é Jesus que eu posso amar. E isso põe em comunhão com Jesus de modo real. Há uma presença da Santíssima Trindade dentro de nós, porque pelo batismo recebemos esta presença.”

Revisão da pastoral

“Todas essas presenças indicam que a comunhão com Jesus não é só Eucarística, ali claro está uma comunhão completa. Se não se pode chegar a esta comunhão completa, no caso dos recasados, poderão também ter uma comunhão profunda dentro da comunidade. Só que precisamos também retirar muitas orientações que foram dadas no passado, que não são boas. Por exemplo, que uma pessoa não casada na Igreja não pode fazer a leitura da palavra de Deus. Por quê? Que a pessoa que não é casada na Igreja não pode ser padrinho de casamento ou de batismo. Por quê? Isso tudo hoje precisa ser um pouco revisto, porque já outros documentos superaram isso. A pessoa que se sente discípula de Jesus e parte da comunidade deve ser tratada como tal, e não rechaçada. Isso me parece importantíssimo hoje na mudança da nossa posição. Que sintam consolados dentro de si com essas presenças reais de Jesus.”

(BF)








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