Card. Hummes: "Sínodo responderá aos casais em segunda união"


Cidade do Vaticano (RV) – Aos 81 anos, o Cardeal Cláudio Hummes não participa pessoalmente do Sínodo dos Bispos sobre “A vocação e a missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo”, em andamento no Vaticano, mas o acompanha com atenção. Arcebispo emérito de São Paulo e Prefeito emérito da Congregação para o Clero durante o papado de Bento XVI, Dom Cláudio é bispo há 40 anos e, a partir de sua experiência pastoral, se diz certo de que a Assembleia vai trazer respostas às expectativas das famílias. Ouça a entrevista concedida em exclusiva à RV:

“Eu sou muito esperançoso, espero muito que o Espírito Santo ilumine os padres sinodais para que possam, de fato, dar um apoio ao Papa naquilo que ele vai decidir sobre as grandes questões, seja da pastoral familiar, seja das questões mais específicas de dificuldades, por exemplo, sobretudo o que mais se foca, a situação dos casais em segunda união. Espero, sem dúvida nenhuma, muito disto. Apoio plenamente que se encontre um caminho penitencial para os casais em segunda união, para que possam participar mais dos sacramentos da Igreja. Espero isso e apoio plenamente esta esperança e, digamos este estudo, porque é um estudo que se quer fazer e se quer procurar de toda forma um caminho penitencial para eles. E é o que também, é claro, a imprensa mundial mais enfoca”.

“Eu gostei muito também da entrevista que Dom Sérgio Castriani (arcebispo de Manaus, ndr) concedeu à RV sobre a família na Amazônia, em que ele coloca tantos aspectos sobre a vida familiar na Amazônia. Os católicos, os cristãos, vivem num mundo muito diferente, que evoluiu; há uma mudança de época, é uma sociedade muito secularizada, muito laicizada, subjetivista, enfim... E este é o mundo que está aí, não podemos pensar numa família em outro mundo senão neste! Então, os católicos, os cristãos, procuram viver o Evangelho neste mundo! Não adianta sonhar num mundo que ainda não existe ou num mundo que já existiu e que já não está mais aí. Temos que ajudar os católicos, as famílias, a viver como eles querem neste mundo de hoje, nesta civilização, nesta cultura dominante de hoje. Acho que, de fato, é um momento muito decisivo e tenho muita esperança que o Espírito Santo ilumine o Papa depois e ajude a encontrar este caminho que ele também tanto busca. Mas ele quer o apoio e as luzes, através do diálogo com a Igreja e sobretudo com o Sínodo. Ele sempre diz que ‘o Sínodo não é um parlamento’ onde vamos defender posições individuais ou de grupos, mas é um caminhar juntos, a Igreja tem que caminhar junto, e o Papa é que vai guiar, finalmente, esta caminhada. Espera-se que a Igreja caminhe com ele mesmo, às vezes, na penumbra do mistério... a nossa fé nos leva a isso, nós temos que caminhar mesmo na penumbra da fé, acreditando que o Papa nos conduz porque ele tem, de modo muito particular, esta função e, portanto, também a assistência do Espírito Santo para isto”.  (CM)








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