Bispos belgas pedem política de acolhimento a migrantes e refugiados


Bruxelas (RV) - Os bispos da Bélgica fazem um novo apelo após o de agosto passado, a acolher refugiados e migrantes e a melhorar a política de acolhimento.

Numa declaração publicada esta terça-feira com o título “Viver junto com os refugiados e migrantes, nossos irmãos e irmãs”, os prelados ressaltam que muitas vezes “as fronteiras se abrem mais facilmente aos capitais, à indústria, ao comércio, à arte, à ciência, à tecnologia que às pessoas em dificuldade”.

E, conscientes do atual debate político – tanto a nível nacional quanto internacional – sobre o acolhimento, a integração, as intervenções militares e humanitárias diante do fenômeno migratório, exortam a uma adequada estratégia de acompanhamento.

“Como cristãos é nosso dever evangélico estar ao lado daqueles que sofrem – escrevem – através das nossas organizações e dos nossos movimentos... Estamos particularmente preocupados com a sorte daqueles que foram obrigados a vir para o nosso país sem nenhum ponto de referência, sem acompanhamento nem perspectivas.”

Uma política de acolhimento necessita também de uma estratégia de acompanhamento

Além disso, os bispos ressaltam que “os migrantes são seres humanos portadores de esperança”, que “o acolhimento diz respeito à pessoa inteira com a sua vida, a sua pátria, a sua casa, a sua família, a sua língua, a sua cultura, suas feridas psicológicas e físicas”.

Os prelados belgas insistem também sobre a necessidade de uma colaboração entre instituições políticas, civis, sociais e religiosas e sobre a oportunidade de uma estratégia de acompanhamento a ser colocada ao lado de “uma política de portas abertas”.

Por outro lado, lançam um olhar crítico sobre a política migratória daquelas nações que ponderam e selecionam as pessoas baseadas na utilidade material delas, porque leva “a acolher algumas pessoas e a rejeitar outras”.

Não pode faltar ajuda aos países de onde chegam os fluxos migratórios

Ademais, para os prelados não pode faltar ajuda aos países de origem dos migrantes. Daí, a exortação a um empenho decisivo em prol da paz mediante uma colaboração internacional.

“Sendo humanamente essas pessoas nossos irmãos e irmãs, devemos preocupar-nos também com seus países. Como Igreja, podemos comumente buscar para esses países uma assistência para ajudar a população a nível local. Em particular, o desenvolvimento da agricultura é muito importante”, acrescentam os bispos belgas.

Mas para os prelados é necessário também comprometer-se a assegurar educação e formação às crianças e, por isso, pedem uma colaboração intensa entre as autoridades dos países em desenvolvimento e as associações e comunidades eclesiais.

Migrantes e refugiados devem ser acolhidos sem nenhuma discriminação religiosa

Por fim, os prelados insistem sobre o respeito à dignidade humana dos migrantes, bem como de seu credo e da sua religião. “Jamais refugiados e migrantes deveriam sentir-se obrigados a mudar de religião para ter o benefício de um melhor acolhimento”, frisam eles.

Jamais aceitaremos que um país rejeite ou exclua pessoas unicamente porque muçulmanas, cristãs, budistas ou por qualquer outra convicção que seja”, reiteram.

Para contrastar o fenômeno migratório, os bispos belgas exortam a prosseguir na busca de soluções mediante discussões e debates, reflexões e iniciativas. (RL)








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