Patriarca Younan: estamos diante do desafio da sobrevivência


Cidade do Vaticano (RV) - Participaram da Audiência Geral, desta quarta-feira (07/10), algumas famílias de refugiados iraquianos. O Santo Padre saudou calorosamente essas famílias.

Numa entrevista à nossa emissora, o Patriarca de Antioquia dos Sírios, Dom Ignace Youssif III Younan, fala sobre o drama vivido por muitas famílias cristãs que tiveram de deixar a Síria e o Iraque por causa da guerra e perseguições do Estado Islâmico. O patriarca participa do Sínodo dos Bispos sobre a Família em andamento no Vaticano.

 “As nossas famílias se encontram nos países onde há perseguições, guerras civis, como na Síria, Iraque e outros países do Oriente Médio. O nosso desafio é o da existência em quanto tal. Não falo de famílias, indivíduos e casais, mas de nossa família cultural, do nosso patrimônio sírio que corre o risco de desaparecer. Milhares de famílias foram expulsas de suas terras e não sabem quando voltarão e se voltarão. Realmente estamos diante do grande desafio da sobrevivência. Somente Deus poderá nos dar este dom e fazer este milagre.”

O senhor recordava as muitas famílias obrigadas a fugir, mas também as famílias divididas, pessoas que estão distantes de suas famílias porque fugiram.

 “As migrações criam sempre essas divisões, essa separação dos membros da família. Para nós esse êxodo foi repentino. Não sabemos de que maneira poderemos reunir os membros das famílias que estão espalhados por várias partes do mundo”.

O que o senhor diz sobre as notícias dos últimos dias? Os ataques efetuados pela Rússia na Síria? A opção militar é uma opção que pode ser descartada?

“Não pode ser descartada, porque essas pessoas não entendem o que é diálogo, reconciliação e processo realmente democrático. Digo isso sobretudo aos países ocidentais, porque não é possível dialogar com uma pessoa que quer te matar. É preciso se defender, defender a própria família. Ainda temos no centro da Síria um sacerdote sequestrado há quatro meses, Pe. Jacques Murad, e com ele duzentos cristãos. Eles se encontram em Qaryatayn, no centro de Homs e o que se pode fazer? Devem se converter ao Islã, pagar a ‘jizya’, taxa muçulmana. Esta é uma aberração à qual o Ocidente mostra indiferença.” (MJ)








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