2015-10-05 13:17:00

A Semana do Papa de 28 de setembro a 4 de outubro


Começou neste domingo dia 4 de outubro o Sínodo dos Bispos sobre a “Vocação e Missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo” com a Missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de S. Pedro. Na sua homilia o Santo Padre referindo-se às leituras deste XXVII Domingo do Tempo Comum afirmou que o sonho de Deus é a “união de amor entre homem e mulher” – uma união “indissolúvel”, abençoada por Deus, como disse Jesus à multidão que o seguia:

 “Isto significa que o objetivo da vida conjugal não é apenas viver juntos para sempre, mas amar-se para sempre. Jesus restabelece assim a ordem originária e originadora” .

Um não à separação e ao divórcio e sim à gratuidade “dum amor conjugal único até à morte que só pode ser compreendido à luz da “loucura da gratuidade do amor pascal de Jesus” – disse o Papa acrescentando:

 “O matrimónio não é uma utopia da adolescência, mas um sonho sem o qual a sua criatura estará condenada à solidão. De facto, o medo de aderir  a este projeto paralisa o coração humano”.

E não obstante as aparências, também o homem de hoje sente-se atraído e fascinado por todo o amor autêntico, sólido, fecundo, fiel, perpétuo, ou seja vai atrás dos amores temporários, mas sonha com o amor autentico, corre atrás dos prazeres carnais, mas deseja a doação total e tem sede de infinito – disse Francisco.

Então, perante este contexto social e matrimonial difícil, o que a Igreja faz é viver a sua missão na fidelidade a Deus, na verdade e na caridade, e fá-lo como uma  “voz que grita no deserto” :

“Viver a sua missão na fidelidade ao seu Mestre como voz que grita no deserto, para defender o amor fiel e encorajar as inúmeras famílias que vivem o seu matrimónio como um espaço onde se manifesta o amor divino; para defender a sacralidade da vida, de toda a vida; para defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade que o homem tem de amar seriamente.”

Quem erra deve ser compreendido e amado, acolhido, acompanhado, “porque uma Igreja com as portas fechadas atraiçoa-se a si mesma e a sua missão e, em vez de ser ponte, torna-se uma barreira”, concluiu o Papa pedindo a Deus para que acompanhe este Sínodo. 

Dia 30

Ainda no rescaldo da Viagem Apostólica do Papa Francisco a Cuba e EUA, na audiência geral da passada quarta-feira, dia 30 de setembro, o Papa Francisco agradeceu o acolhimento que lhe prestaram os presidentes Raul Castro e Barack Obama nos seus países e agradeceu também ao Secretário-Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon.

Na sua catequese, o Santo Padre referiu-se a ambos os destinos que o levaram ao continente americano, começando por dizer que foi a Cuba como “Missionário da Misericórdia”:

“Missionário da Misericórdia: foi assim que me apresentei em Cuba, uma terra rica de beleza natural, de cultura e de fé. A misericórdia de Deus é maior do que qualquer ferida, qualquer conflito, qualquer ideologia; e com este olhar de misericórdia pude abraçar todo o povo cubano, na pátria e fora, para além de qualquer divisão.”

“Com o povo cubano, partilhei a esperança de ver plenamente realizada a profecia de S. João Paulo II: que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba” – frisou o Papa – que recordou que o caminho é seguir é o da abertura, recusando a exploração da pobreza e dando dignidade com liberdade. Referiu ainda a sua visita ao Santuário da Virgem da Caridade do Cobre em Cuba.

“De Cuba para os Estados Unidos foi uma mudança emblemática” – disse o Papa – porque “Deus sempre quer construir pontes; somos nós que construímos muros!”

Sobre a sua visita aos EUA o Papa Francisco recordou as três etapas cumpridas: Washington, Nova Iorque e Filadélfia. Sobre a primeira etapa na capital o Santo Padre ressaltou os encontros com as autoridades, com os bispos e sacerdotes, mas também com os pobres e marginalizados. Em particular, o Santo Padre recordou a canonização do sacerdote franciscano Junípero Serra, evangelizador da Califórnia.

Entretanto, sobre a sua etapa em Nova Iorque o Papa evidenciou a visita à ONU, o encontro junto ao Memorial Ground Zero e a Missa no Madison Square Garden.

O Papa Francisco sublinhou que tanto em Washington como em Nova Iorque teve oportunidade de encontrar algumas realidades caritativas e educativas, “emblemáticas do enorme serviço que as comunidades oferecem neste campo”.

Finalmente, o Papa Francisco salientou a sua viagem a Filadélfia para o VIII Encontro Mundial das Famílias onde “o horizonte se alargou a todo o mundo”:

“A família é a resposta porque é a célula de uma sociedade que equilibra a dimensão pessoal e aquela comunitária e que, ao mesmo tempo, pode ser o modelo de uma gestão sustentável dos bens e dos recursos da criação. A família é o sujeito protagonista de uma ecologia integral.”

Dia 1

No dia 1 de outubro, quinta-feira, o Papa Francisco publicou a sua Mensagem para o Dia do Migrante e do Refugiado que será celebrado no dia 17 de janeiro de 2016.

Destacamos a seguinte frase da Mensagem do Santo Padre: “na raiz do Evangelho da misericórdia, o encontro e a receção do outro entrelaçam-se com o encontro e a receção de Deus: acolher o outro é acolher a Deus em pessoa!

O Papa Francisco deu o seguinte título à sua Mensagem: “Os migrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da misericórdia”.

Dia 2

Sexta-feira, dia 2 de outubro – cada um de nós tem um Anjo perto de si que nos aconselha e protege. Um Anjo que devemos escutar com docilidade – esta a mensagem principal do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na Festa dos Anjos da Guarda.

”Está sempre connosco! E esta é uma realidade. É como um embaixador de Deus connosco. E o Senhor aconselha-nos: ‘Tem respeito pela sua presença!’ E quando nós, por exemplo, fazemos uma maldade e pensamos que estamos sós: não, está ele. Ter respeito pela sua presença. Dar escuta à sua voz, porque ele nos aconselha. Quando ouvimos aquela inspiração: ‘Mas faz isto… isto é melhor… isto não se deve fazer…’ Escuta! Não te rebeles contra ele!”

 “Apenas pede para ser escutado, de ser respeitado. Apenas isto: respeito e escuta. E este respeito e escuta a este companheiro de caminho chama-se docilidade, O cristão deve ser dócil ao Espírito Santo. A docilidade ao Espírito Santo começa com esta docilidade aos conselhos deste companheiro de caminho.”

“Peçamos ao Senhor a graça desta docilidade, de escutar a voz deste companheiro, deste embaixador de Deus que está ao nosso lado no Seu nome, que somos suportados pela sua ajuda. Sempre em caminho… E também nesta Missa, com a qual nós louvamos ao Senhor, recordamos como é bom o Senhor… não nos deixou sós, não nos abandonou.”

Dia 4

No Angelus deste domingo o Papa Francisco falou sobre a XIV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos que agora se iniciou e considerou que será necessário “manter o olhar fixo em Jesus”:

 “Vamos manter o nosso olhar fixo em Jesus para encontrar, com base no seu ensinamento de verdade e misericórdia, as vias mais adequadas para um empenho adequado da Igreja com as famílias e para as famílias, para que o plano original do Criador sobre o homem e a mulher se possa realizar e operar em toda a sua beleza e força no mundo de hoje”.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 28 de setembro a 4 de outubro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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