São Francisco: cerimônia para a recognição das relíquias


Assis (RV) - Uma recognição realizada em privado das relíquias de São Francisco - um evento raro, porque isso só aconteceu quatro vezes no decorrer de oito séculos - teve lugar em 25 de março passado, na cripta da Basílica inferior de Assis, mas a notícia foi divulgada apenas nestes dias. Do momento solene participaram 150 frades franciscanos que entoaram o canto ‘Laudato si’, Louvado sejas em homenagem a Francisco, o “pai”. A Rádio Vaticano ouviu o Diretor da Sala de Imprensa do Sagrado Convento de Assis, Padre Enzo Fortunato, que descreveu as três etapas que precederam esta cerimônia:

R. - A primeira etapa foi em 1818, sob o Pontificado de Pio VII; desde então, exceto por um processo para a exumação dos restos mortais de Francisco, tumulado na Basílica de Assis e a colocação dos mesmos em uma cripta, a atual, modificada no século passado. Em seguida, a intervenção real em 1978 sob o papado de Paulo VI: daí tem início um processo de conservação dos restos mortais do Santo, colocados em uma pequena urna de vidro transparente. Essa mesma urna hoje contém os restos mortais do Santo. Uma revisão foi feita em segredo para evitar clamor em 1994 pelo falecido padre Giulio Berettoni, e hoje pelo Custódio do Sagrado Convento, Padre Mauro Gambetti, porque havia uma indicação do médico. O mesmo médico estava presente e fez sua avaliação sobre um corpo que, essencialmente, se mantém bem.

P. Qual foi o sentido espiritual profundo desta recognição?

R. - Gostaria de usar duas palavras: oração e emoção. O momento que o Sagrado Convento viveu junto com todas as famílias franciscanos de Assis e na presença de representantes dos vértices das ordens franciscanas, foi um momento forte de oração para aqueles que aqui colocam suas orações, suas preocupações, suas esperanças, suas alegrias, gratidão, e também uma oração por aquelas esperanças e ansiedades que carregamos em nossos corações, individualmente, como frades que puderam rever o seu pai, a razão da sua escolha.

P. – Esta recognição não tinha acontecido sob um Papa que traz o mesmo nome do santo de Assis. Que significado teve para da família franciscana reunida ali?

R. - Entretanto é uma feliz coincidência que nós gostamos de ler à luz da história que Deus escreve para cada um de nós em colaboração conosco. Francisco, recordou o custódio Padre Mauro Gambetti, é um Santo essencial pela sua grande popularidade e nos damos conta de como o mundo olha para ele em busca de inspiração; cada um é acolhido como ele é, mas também interpelado. Eu diria que essa coincidência que lemos à luz de um Deus que nos acolhe e nos interpela. É por isso que nós pensamos que gostaria de ter vivido este momento em silêncio, de modo reservado, como quando ele morreu, quando ele tinha ao seu lado apenas seus frades e com o pensamento dirigido à Igreja.(SP)








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